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Onde está o Menino?

Artigo Pe. Nadai - Correio Popular - 20/12/2016

20/12/2016

Estamos em pleno tempo do Advento em preparação à festa do Natal de Jesus. Essa preparação nos coloca a caminho, em direção ao presépio, onde vamos encontrar o Menino Jesus nos braços de Maria,  a Mãe, e sob os cuidados de José, o pai. Nesse mesmo caminho, encontramos os pastores de ovelhas dos campos de Belém que para lá também se dirigem, cantando alegremente, juntando seu canto ao dos anjos:  “Glória a Deus no mais alto dos céus e Paz na terra aos homens que Ele ama”.

O Filho amado de Deus, Abba! Pai! O Filho de Maria, cheia de graça. O Filho adotivo de José, homem justo! Quando chegou a plenitude do tempo se fez carne (frágil e mortal) e veio morar entre nós (armou sua tenda).

Eis o segredo de Deus por séculos escondido, agora revelado. Eis o mistério inefável que se torna Palavra. Palavra divina que ecoou na noite, quando reinava o mais profundo silêncio!

Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,4). Jesus de Nazaré verdadeiramente Deus e Homem.

Ele, apesar de sua condição divina, não fez alarde de ser igual a Deus, mas se esvaziou de si e assumiu a condição de Servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fl 2,6-7)

Em Jesus Cristo, enraizados nele pelo Batismo, como ramos à videira, tornamo-nos filhos(as) de Deus. Somos filhos no Filho e irmãos na comunhão do Espírito Santo.

“Reconhece, pois, ó cristão a tua grandeza e dignidade”. E, no entanto, ainda não apareceu por inteiro o que somos de verdade. Pois, caminhamos na penumbra da fé!

Eis algumas evocações do Natal do Senhor, cuja celebração se aproxima. Não se trata de mera repetição de anos anteriores. Natal é hoje. Cada Natal é único. O Natal de todos os tempos é sempre uma surpresa. Deus nos surpreende, continuamente. Contudo, é preciso ter sintonia e sensibilidade finas para ver, perceber e reconhecer os sinais de Deus em nossa vida pessoal, de casal; na família, na Igreja e na História.

“O Reino de Deus não vem ostensivamente… mas o Reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17,20). Deus é nosso companheiro na estrada da vida. Mas pode passar despercebido como aconteceu com os discípulos de Emaús (Cfr Lc 24,13). Mas, como e onde encontrar o Senhor Jesus em nossos dias, hoje? As Igrejas de tradição cristã ensinam-nos que nas Sagradas Escrituras, especialmente nos Evangelhos. Porém, não em qualquer leitura apressada, mas numa leitura orante, calma e tranquila, meditada; numa conversa atenta e respeitosa com a Palavra de Deus. Caminho seguro e lugar certo para encontrar o Senhor é a participação consciente, ativa e piedosa na Eucaristia, Ceia do Senhor.

Outro espaço onde você pode encontrá-lo, até tropeçar nele, apesar de ser espinhoso, nem sempre de fácil acesso, pois é preciso ter olhos para ver, coração para sentir, pés para aproximar-se e mãos para tocar: a pessoa do outro, o nosso próximo! Basta recordar-se da parábola do Bom Samaritano e do filho da viúva de Naim. Viu… teve compaixão… aproximou-se… cuidou do homem caído à beira da estrada… Jesus teve compaixão, aproximou-se, tocou no caixão do morto e levantou o jovem com vida (Cfr Lc 7,11; 10,20)

Jesus está presente no meio de uma comunidade viva na fé e no amor fraterno. De modo especial o encontramos nos pobres, aflitos e enfermos (Cfr Mt 25,37)

O encontro com Jesus Cristo nos pobres é uma dimensão de nossa fé em Jesus Cristo (Cfr D.Ap. 257). Eles têm rostos concretos com feições definidas, por ex:

  • Moradores em situação de rua
  • Migrantes: da África, Ásia e Caribe (Haiti)
  • Enfermos e idosos
  • Dependentes de drogas, especialmente os jovens
  • Refugiados e perseguidos
  • Presos e as vítimas da violência da cidade e do campo
  • Crianças e jovens em situação de abandono nas periferias existenciais da vida.
  • Povos indígenas e afro-descendentes, vítimas de preconceito e exclusão social.

Longe de mim embaçar o brilho da festa do Natal. Pelo contrário, o propósito dessas considerações é resgatar a mística do Natal, na simplicidade encantadora do presépio que acolhe um Deus do tamanho de uma criança que é amamentada pela mãe, como todo recém-nascido e protegida pelo pai. Mística do encontro, em primeiro lugar com os pastores dos campos de Belém. Mística da luz que atrai os Magos ao terem visto sua estrela surgir nos céus e os guiar até o lugar onde encontraram o Menino, em casa com sua mãe Maria e seu pai José (Cfr Mt 2). Mística da ternura de Deus, pois a ideia de um Deus adulto, velho, cansado e até rabugento desaparece diante do Deus Menino na manjedoura; os adultos calam-se e encontram-se com o Silêncio… Um dia esse Menino nos tomará pelas mãos e nos conduzirá ao seu reinado de brincadeiras e sonhos como profetizou Isaías: “uma criança pequena os guiará” (Cfr E. E. Miranda)

Enfim, Natal resgata em nós, pessoalmente, em nossas famílias e nas Comunidades um profundo anseio de justiça e paz, acompanhado do compromisso de fraternidade, partilha e solidariedade.

No Natal de Jesus vivencia-se e revive-se a alegria do amor.

Saudações fraternas e feliz Natal aos leitores do Correio Popular, aos seus profissionais e diretores.

Pe. José Arlindo de Nadai – Paróquia Divino Salvador

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