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Nos passos do Senhor | Pe. Nadai

As comunidades cristãs, durante esse tempo quaresmal, fazem um caminho longo em direção à Páscoa da Ressurreição do Senhor, Divino Salvador. O marco inicial dessa caminhada foi o deserto onde contemplamos Jesus de Nazaré em oração e em luta contra a tentação, da qual ninguém escapa. “Pai, afasta de mim este cálice”. Todo homem tem diante […]

2/04/2012

As comunidades cristãs, durante esse tempo quaresmal, fazem um caminho longo em direção à Páscoa da Ressurreição do Senhor, Divino Salvador.

O marco inicial dessa caminhada foi o deserto onde contemplamos Jesus de Nazaré em oração e em luta contra a tentação, da qual ninguém escapa. “Pai, afasta de mim este cálice”. Todo homem tem diante de si dois caminhos: o bem e o mal; a luz e as trevas; a vida e a morte. Deus e seu adversário!

Uma das idéias-força da Quaresma é o apelo à conversão.

Conversão não é um momento fugaz na vida, mas uma atitude que envolve a pessoa por inteiro. É uma mudança radical de mentalidade e de valores que contam. O movimento de conversão, autenticamente evangélico, passa pela compaixão e misericórdia. Não há conversão do coração sem mãos samaritanas e acolhedoras. Sem a mística do lava-pés.

Não dá para viver a quaresma ficando indiferente ao sofrimento e à dor do outro. A cruz do irmão é a cruz de Jesus de Nazaré.

Do deserto caminhamos para o monte Tabor, onde, com Pedro, Tiago e João, contemplamos no rosto humano do Filho, o rosto divino de Deus e ouvimos a voz do Pai: “Este é meu Filho amado. Escutai-o”. O caminho do discípulo não é fácil nem tranquilo. Deparamo-nos com situações de dor e sofrimento, de angústia e tristeza e até de morte. A transfiguração de Jesus é uma amostra da glória que Deus reserva para seus filhos e filhas. Nosso Deus é o Deus da vida e não da morte. Esta não terá a palavra final na história humana.

Depois, estando próxima a festa da Páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém onde encontrou o templo profanado e violado. Vibrou o chicote e expulsou os vendilhões e derrubou as mesas dos cambistas, bradando: “Limpai esta casa”.

Este gesto de Jesus é o sinal da Nova Aliança que Ele estabelece com seu Povo, que será com Ele e Nele o novo Templo, feito de adoradores de verdade, aqueles que o Pai procura. Infelizmente, ainda é preciso continuar a limpeza e a purificação de todos aqueles templos modernos que ainda hoje profanam o culto, violam as leis e trapaceiam a justiça.

A quaresma coloca-nos diante do gesto supremo do amor de Deus, realizado na existência humana de Jesus de Nazaré. “Deus amou de tal forma o mundo que entregou seu Filho único… para que seja salvo por ele” (Jo 3,16-17). O que salva não é a quantidade de sangue derramado, (como poderia parecer no filme a Paixão de Cristo), mas sim a grandeza da gratuidade do amor.

Na quaresma deste ano temos sido interpelados pela Campanha da Fraternidade que trata da realidade da saúde pública em nosso país. Com efeito: toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível a todos… livre de qualquer discriminação, restrição ou negação (Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, 2009).

Transcorrido o tempo quaresmal, encontramo-nos ao pé da cruz, com Maria, a mãe, com as mulheres discípulas e um único discípulo. E, com o soldado romano confessamos: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15, 39). Então compreendemos as palavras do Divino Mestre:  “Se o grão de trigo que caiu na erra não morre, permanece só. Mas, se morre produz muito fruto” (Jo 12,24).

Em silêncio retiramo-nos em vigília e soledade, na expectativa que se cumpra toda a profecia!

Enquanto o Senhor repousa no sepulcro, os discípulos repousam na esperança!

Pe. José Arlindo de Nadai

Pároco da Paróquia Divino Salvado

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