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Mistérios da vida

Artigo Pe. Victor- C. Popular 12/11/13

12/11/2013

Nossa vida é repleta de mistérios, desafios e acontecimentos que nos deixam por vezes assombrados. São situações que humana e racionalmente não conseguimos compreender na sua totalidade. Mais do que serem compreendidos são desígnios a serem acatados. Não é desejo de Deus que passemos por fatos desagradáveis. Mas, fatos desagradáveis, a dor e o sofrimento fazem parte de nossa finitude, são parte intrínseca de nossa humanidade.

Nos tempos em que vivemos ditados pela facilidade, bem-estar e comodidade proporcionados pela evolução das tecnologias e pelo consumo não é fácil a aceitação do sofrimento, da perda, separação e da morte.

Na Sagrada Escritura existe um conjunto de livros chamados sapienciais. São livros em que seus autores levam seus leitores a refletir o sentido da nossa existência à luz de Deus. O ser humano na sua provisoriedade não encontrará sentido para si longe do Amado. Por mais que busque preenchimento em outras coisas e pessoas. Só em Deus este sentido será pleno.

Um dos livros que mais intriga seus leitores é o de Jó. Um personagem fictício que tem uma vida irrepreensível diante de Deus, mas que passa por diversas perdas e sofrimentos. Sua linguagem é altamente poética e singular. Em sua literatura giram longuíssimos e monótonos monólogos. Certamente o Livro é resultado do trabalho de uma pluralidade de autores, todos desconhecidos. Distingue-se dos demais livros sapienciais do Antigo Testamento por tratar fundamentalmente de um só tema e pela forma dialogada em que o desenvolve.

É errado o ditado que diz: “paciência de Jó”. No fundo é alguém extremamente incomodado. Sabe que não é merecedor de tudo o que vive. E é justamente esse o ponto chave. O livro de Jó responde a essa pergunta: Porque sofremos? Porque passamos por perdas? Porque agora temos apenas uma saudosa lembrança de algo ou alguém que por aqui passou e que já não mais existe?

Nesse sentido, o livro de Jó é extremamente atual. Ele questiona uma meritocracia. Os sofrimentos que recebemos não são castigos por pecados cometidos por nós ou por nossos antepassados. Mas, os males e as perdas que passamos são situações inerentes à nossa condição humana, pertencem à sua contingência e provisoriedade.

Portanto, não é desejo de Deus que passemos por fatos desagradáveis. Mas, fatos desagradáveis, a dor e o sofrimento fazem parte de nossa finitude, são parte intrínseca de nossa humanidade. Por vezes somos chamados a abrir mão de tudo para encontrarmos um Amor maior.

     Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

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