Peçamos ao Senhor que nos abra os ouvidos para que, como discípulos atentos, escutemos a Palavra de Deus e possamos seguir fielmente os passos do Divino Mestre.
27/03/2024
Hoje com toda a Igreja iniciamos a celebração do Mistério Pascal do Senhor, Divino Salvador, sua morte e Ressurreição…
Peçamos ao Senhor que nos abra os ouvidos para que, como discípulos atentos, escutemos a Palavra de Deus e possamos seguir fielmente os passos do Divino Mestre.
A proclamação do Evangelho que precede a procissão dos Ramos apresenta-nos Jesus de Nazaré, montado num jumentinho, entrando na cidade de Jerusalém, entre aclamações e prostração… Vivas e Hosana ao Filho de Davi… Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor… Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi.
Para esse povo que seguia Jesus desde a Galileia havia chegado, enfim, a inauguração de um novo tempo, o reinado da Justiça e da Paz e o fim de dominação do Império Romano.
Assim sendo, essa celebração dos Ramos poderia chamar-se: Celebração de Jesus Libertador do Povo. Esse povo faz seu próprio julgamento de Jesus de Nazaré: filho de Davi que vem para inaugurar um novo reino!
Todavia na sequência da celebração, conforme a narração da Paixão de Jesus segundo Marcos, defrontamos com outros julgamentos: o Sinédrio: os sumos sacerdotes, os anciãos e os mestres da lei tomam a decisão de prender Jesus, amarrá-lo e o entregar ao poder romano, a Pilatos (pois eles mesmos não podiam condenar ninguém à morte).
Qual a acusação dos chefes religiosos judeus contra Jesus? Ele blasfemou declarando-se Filho de Deus e Messias.
Na verdade, no processo instaurado pelo Sinédrio (poder religioso) contra Jesus, à interrogação do sumo sacerdote: “És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?” Jesus respondeu, prontamente: “Sim, eu sou!”.
Então deram a sentença de morte e o levaram a Pilatos.
Pilatos procede, então, ao julgamento político (pouco lhe interessa o julgamento religioso).
– “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Tu o dizes!”. Por isso, na cruz, fixaram a inscrição: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. Assim se pretende anular o julgamento do Povo que havia proclamado a chegada do novo reinado de Davi e se faz também uma provocação, um escárnio às autoridades religiosas do templo.
Concluindo a narração da paixão do Senhor, Marcos faz questão de registrar o justo e verdadeiro julgamento de Jesus, proclamado na confissão do oficial romano que estava bem em frente à Cruz: “Na verdade este homem era Filho de Deus!”.
As celebrações do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor e da Sexta-feira Santa nos convidam a contemplar os passos do Senhor ao longo da Via-Sacra rumo ao Calvário, crucificação e morte dolorosa na cruz.
Como não nos comover diante de Jesus caído e prostrado por terra, no horto das Oliveiras, clamando: “Abbá! Pai. Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice! ” (Mc 14,36)
Como ficarmos indiferentes ao grito de Jesus, pendente da cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? ”.
Se nos assusta o clamor do Filho que ressoa no alto da Cruz, intriga-nos ainda mais o silêncio do Pai!
É Mistério de Fé para a salvação do mundo!
Irmãos e irmãs, esta mesma celebração que põe diante de nossos olhos os sofrimentos de Jesus, desafia-nos a escutar os gemidos, por vezes, o clamor de todos os sofredores e crucificados do mundo de hoje.
Como diz a Igreja e continuamente nos exorta o Papa Francisco: Não retiremos nosso olhar do pobre sofredor. São rostos de crianças, jovens, mulheres e idosos que doem em nós… Os MCS mostram, ao vivo e a cores, em tempo real, as vítimas das guerras na Ucrânia, em Gaza, nos campos de refugiados, nas periferias e morros das grandes cidades…
Enfim, o Papa Francisco nos recorda o ensino da Tradição da Igreja:
“Quem toca na carne do pobre sofredor, toca na carne do Cristo padecente”.
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