Homilia | 30º. Domingo Tempo Comum: Dia Mundial das Missões

Pe. José Arlindo de Nadai

Nossa Comunidade Divino Salvador surgiu e formou-se por iniciativa missionária dos padres Salvatorianos que aqui chegaram em 1944 (Pe. Felisberto e outros)

• Oratório “Mater Salvatoris”
• Comunidades Santa Rita, S. Pedro Apóstolo (Chácara da Barra)
• Imaculado Coração de Maria, Jd. Flamboyant
• Padres que por aqui passaram foram depois enviados para outras Regiões do Brasil e também para outros países.

Há alguns anos atrás, aqui também celebramos o envio missionário de Maria Soares para a
Missão em Roraima e depois em São Gabriel da Cachoeira e de Izalene Tiene, para Tabatinga, ambas no Amazonas. Ultimamente, Ir. Beatriz, do Colégio Sagrado Coração de Jesus para a África.

1. A mensagem central da Liturgia de hoje é a alegria da salvação:

• “Maravilhas… fez conosco o Senhor. Exultemos de alegria” (Sl 125)
Aclamai, tocai, cantai…
“Salva, Senhor, o resto do teu Povo…

Primeira Leitura:
Jeremias, século VI aC; o povo está no exílio na Babilônia; a este povo sofrido o profeta dirige uma palavra de esperança: sobrou um pequeno resto formado de cegos, deficientes, mulheres grávidas e parturientes, gente que precisa de cuidado, proteção, ânimo e muita ajuda e libertação. Deus mesmo toma a iniciativa de reconduzir o Povo para a pátria através de “torrentes de água e por caminhos retos e seguros sem risco de tropeços”. Deus mesmo será para o Povo um Pai e o povo para Deus será um filho primogênito.

• Que essa palavra vibrante do profeta Jeremias ilumine também nossas vidas pessoalmente. Dê coragem e ânimo, sobretudo esperança aos doentes, aos desempregados, desalentados, aos desprotegidos pelas Políticas Públicas…
São tantos no mundo, em nosso país e também nesta cidade.
Quanto a nós que estamos bem, que esta Palavra do Profeta seja um alerta e uma advertência, neste dia das Missões de que o Reino de Deus passa pela construção de uma sociedade justa e fraterna, solidária e de paz.
Dom de Deus e tarefa nossa, cidadãs e cidadãos, mais ainda Discípulas(os) do Senhor.

2. Evangelho:
Como em todo o seu Evangelho, também nesta pequena passagem Marcos quer revelar, demonstrar quem é Jesus de Nazaré… que vemos continuamente a caminho, no meio da multidão…
Hoje, Marcos o faz através do grito de Bartimeu (que nem nome tem); é apenas o filho de Timeu: “Jesus, Filho de Deus, tem piedade de mim” (por duas vezes).
Esse grito é uma profissão de fé no Messias (descendente da família real de Davi)… profissão de fé na humanidade de Jesus de Nazaré, mas também no seu poder divino: tem piedade de mim (súplica de perdão que só Deus pode atender).
Jesus, que caminhava, parou… ouviu o clamor do ceguinho… “Chamai-“.
Eis aí a participação dos discípulos na missão libertadora: “coragem, Jesus te chama…”

O ceguinho não se faz de rogado: dá um pulo, salta em direção a Jesus, joga fora seu velho manto, de amarras e amarguras… Manifesta claramente seu desejo, sua necessidade, sua carência: Senhor

✔️que eu veja de novo
✔️que eu enxergue
✔️que eu recupere a visão

✔️Vai, tua fé te curou
tua fé te libertou
tua fé te salvou.

A partir deste momento ele seguia Jesus pelo Caminho.

Aquele homem, a partir desse encontro com a Pessoa de Jesus de Nazaré, ganha nova vida; renasce; sua vida adquire outro sentido, outro rumo… torna-se discípulo do Senhor. Teve coragem… deu o salto da fé e caiu nos braços da misericórdia divina.

“Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes, cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes” (Sl 125)

Que a Palavra de Deus, em Jeremias, no Salmo e no Evangelho de Marcos, desperte em nós também: a coragem da fé e uma esperança sempre renovada. Amém.