Homilia – 06.11.2022 | Festa de Todos os Santos e Santas: A Santidade ao Pé da Porta

Irmãos e Irmãs, santos e eleitos de Deus, Pai de bondade!

Celebrar a festa de Todos os Santos e Santas é fazer memória “daquela multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém podia contar…” (Ap 7,9).

Celebramos hoje os santos e santas que conhecemos pessoalmente no âmbito da família, do trabalho, da Comunidade e no âmbito de nossas amizades.

O Papa Francisco escreve assim: “Gosto de ver a santidade do povo paciente de Deus: nos pais que criam seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham para trazer o pão para eles, nos doentes, nas religiosas idosas que continuam a sorrir… Esta é a santidade ao ”pé da porta”, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus…” (G Ex) (a santidade do mundo atual, 7).

Agora então, fechemos os olhos e lembremo-nos de algumas pessoas que foram esses santos e santas ao pé de nossa porta…

Pela fé que professamos no Credo “Creio na comunhão dos santos”, eles e elas não estão distantes de nós…

“Os santos e santas de Deus protegem-me, amparam-me, guiam-me e intercedem por mim” (G Ex 4).

Nas ladainhas pedimos: Rogai por nós!

“Nossa vocação é a santidade de vida para além de todo sistema moral, para além de toda crença, para além de toda religião… (a santidade não está atrelada a nenhuma Igreja…). O Espírito sopra onde quer…”

Não somos santos porque somos irrepreensíveis, mas sim porque em Deus vivemos, nos movemos e somos… Somos santos porque filhos e filhas do Abba! Pai! Somos santificados pelo Espírito Santo que vem em socorro de nossa fraqueza e habita em nós. Somos santos porque desde o Batismo pertencemos ao Povo Santo de Deus. Somos santos porque somos pedras vivas no edifício da Igreja, cuja pedra fundamental é o próprio Cristo. Somos santos apesar de nossa mediocridade e até de nossos pecados, porque confiamos na infinita Misericórdia de Deus, que nos acolhe sempre de novo, por sua bondade, quando voltamos para casa. Abraça-nos e nos dá o beijo do perdão, reveste-nos com a luz de seu amor, coloca em nosso dedo o anel da aliança, e faz a festa… (cfr Lc 15)

Somos santos porque Jesus subiu à montanha e solenemente declarou: bem-aventurados os pobres, os aflitos por causa do Reino, os mansos que não recorrem à violência, os que tem fome e sede de justiça, os misericordiosos, os que não tem segundas intenções, os puros de coração, os que trabalham pela paz e os perseguidos por causa da Justiça…

Somos santos e santas toda vez que nossa vida reflete a luz das Bem-aventuranças (cfr. A Palaoro – 2022).
Da carta de S. João (lida hoje) “Caríssimos, vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus… E nós o somos” (1 Jo 3,1)

Com razão diz Santo Agostinho: Reconhece, ó cristão, a tua dignidade”.

Pe. Nadai