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Fé sem fronteiras

"nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande!"

1/06/2013

Evangelho –  Lc 7,1-10

Naquele tempo: Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: ‘O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga.’

Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: ‘Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um : ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado ‘Faze isto!’, e ele o faz’.’ Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: ‘Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.’ Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde. Palavra da Salvação.

Homilia

Clique aqui para ouvir o áudio da homilia do Pe. Victor

 

Queridos irmãos e irmãs, Paz e Bem!

A liturgia da Palavra deste nono Domingo Comum traz-nos a mensagem de Salvação universal trazida a nós por meio de Jesus Cristo, o Divino Salvador. Somos por meio do Evangelho de hoje questionados a darmos razões de nossa fé. Pois, independentemente de nossa crença institucional, o que nos garante a dádiva da vida eterna é o gesto redentor/libertador de Jesus de Nazaré.

Neste Domingo, ao celebrarmos a Páscoa do Senhor, celebramos também a nossa Páscoa. A Palavra de Deus nos revela uma fé que não conhece fronteiras. A 1ª leitura (1Rs8, 41-43) nos relata uma linda oração de Salomão para que o Senhor dê ouvimos às suplicas do estrangeiro, que não pertence ao Povo judeu: “Senhor, quando um estrangeiro, tendo ouvido falar do teu nome, de tua mão poderosa e do teu braço forte, quando ele vier rezar no seu Templo, escuta-o!”. Esta prece está em perfeita sintonia com a fé do Salmista, no Sl 116, que deseja que o Senhor Deus seja louvado e festejado por todos os povos. Pois o Deus de Israel é o Deus amoroso e fiel que deseja a salvação de todos os povos.

No Evangelho de Lucas (7, 1-10), temos um testemunho de uma fé sem fronteiras, proveniente de um coração humilde de um estrangeiro – um oficial romano. Ele nem se digna ir até Jesus, tamanha humildade e, antes que Jesus chegasse em sua casa, o oficial manda-lhe dizer: “Por favor, Jesus, não precisa se incomodar comigo! Não sou digno que o senhor entre na minha casa. Tanto é que nem fui me encontrar pessoalmente com o Senhor. Acredito que basta apenas uma palavra sua para o meu empregado ficar curado. Basta isso! Eu sou militar, eu sei o que uma palavra é capaz de fazer, quando a gente tem poder de mandar”!

Jesus ficou admirado com tamanha fé e humildade deste estrangeiro, que chegou a afirmar: “Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande”! Um oficial romano, portanto não judeu, sabendo da fama de Jesus, põe toda a confiança em Jesus, solicita-lhe humildemente uma ajuda em favor do empregado que estimava muito.
Estas palavras do oficial romano foram trazidas para a liturgia da missa e, com elas, somos convidados a expressar a mesma fé, a mesma confiança no Senhor, antes de recebê-lo em comunhão: “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!”

A Palavra de Cristo deve ser tudo para nós, como o era para o apóstolo Paulo, fazendo-se, por meio dela, servo de Cristo. Por isso mesmo Paulo vai alertar aos gálatas: “algumas pessoas vos estão perturbando e querendo mudar o evangelho de Cristo” (Gl 1,1-2.6-10). Precisamos sempre estar atentos pois, buscando a aprovação das pessoas e querendo agradá-las, podemos também ensinar uma falsa doutrina e “mudar o evangelho de Cristo”, com consequências danosas à vida de fé. Quantas vezes vemos atitudes contrárias ao Evangelho em nossas comunidades: pessoas que falam mal e difamam os outros, prejudicam a comunhão, não são generosas, não querem a partilha, não buscam a unidade, não são solidárias com os irmãos e com outras comunidades… São atitudes contrárias ao Evangelho de Cristo.

Por outro lado, como vimos no próprio evangelho de hoje, encontramos atitudes extremamente positivas em pessoas que nem sequer frequentam nossas comunidades ou que não se dizem cristãs. É preciso ter cuidado e saber avaliar bem as nossas atitudes, as ações, os pensamentos e as palavras! Somos colocados hoje diante deste testemunho maravilhoso de uma fé admirada e elogiada por Jesus; de uma fé que não conhece fronteiras nem raças.

Peçamos ao Senhor que, por meio de Seu Espírito, nos ajude a viver com humildade e a termos a admirável fé que teve o oficial romano pagão, não judeu. Este estrangeiro, generoso e solidário com os outros, foi capaz de ver em Jesus de Nazaré a presença de Deus solidário com as dores e os sofrimentos do povo e atuando em favor da Vida da humanidade. E, como rezaremos na oração depois da comunhão, peçamos ao Senhor a graça de proclamar nossa fé não somente em palavras, mas também na verdade de nossas ações.

Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

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