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É pela perseverança que mantereis vossas vidas

33º Domingo do Tempo Comum

17/11/2013

Naquele tempo algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas.
Jesus disse: ‘Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.’

Mas eles perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?

Jesus respondeu: ‘Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.’

E Jesus continuou: ‘Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome.

Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!

Palavra da Salvação.

Homilia

Prezados irmãos e irmãs. Paz!

Nosso texto para reflexão na liturgia deste final de semana situa Jesus em Jerusalém nos dias que precedem a sua violenta morte imposta a ele por ser fiel ao Pai no anúncio de uma boa-nova (4,18-19). E, no templo, Jesus presencia o gesto mais divino que há sobre a face da terra, isto é, a partilha protagonizada pela viúva pobre. Sua atitude é a única coisa boa que Jesus encontrou no templo de Jerusalém. E se encanta com esse gesto de uma mulher tão vulnerável e empobrecida (21,1-4).

Outro é o motivo de admiração dos discípulos. Maravilhavam-se pelas valorosas ofertas para pagar promessas e pelas impressionantes pedras com que estava construído o templo (21,5-6). Para a surpresa deles, Jesus denuncia a injustiça desse centro religioso, político e econômico da Judeia.  É o que ele deixou bem claro ao, “entrando no templo, expulsar os vendedores, dizendo-lhes: está escrito: minha casa será uma casa de oração. Vós, porém, fizestes dela um covil de ladrões” (19,45-46. Ao mesmo tempo, Jesus anuncia o fim dessa instituição, pois “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja demolida” (21,6).

Nesse sentido, ao inserir-se na linha profética, Jesus se antecipa a Marx na crítica à religião quando esta serve como fonte de injustiça, de alienação e de ópio para povo. O papel do templo é promover vida, é ser lugar de encontro com Deus como casa do Pai (2,49).

Depois que Jesus apresenta seu projeto em relação ao templo, os discípulos perguntam a respeito da época em que isso deveria acontecer e do sinal que viria antes. Mais do que responder às perguntas, Jesus convida ao discernimento, ao testemunho e à perseverança. Diante da insegurança dos conflitos acima lembrados, o evangelho quer animar e confortar, orientar e advertir as comunidades, dizendo que a destruição de Jerusalém e do templo ainda não é o fim deste mundo injusto (21,9).

Desse modo, ainda é preciso discernimento: “Atenção para não serdes enganados” (21,8). E mais, é preciso ter coragem, superar o medo: “Não vos atemorizeis!” (21,9). Além das guerras (21,9-10), o evangelista lembra também, em linguagem apocalíptica, os abalos cósmicos. Embora os terremotos, as pestes e a fome fossem realidades históricas, aqui também são citados junto com “fenômenos pavorosos e grandes sinais vindos do céu” (21,11). Essa linguagem apocalíptica é comum para se referir a uma realidade nova que está por vir, totalmente diferente da violência das guerras e da ocupação das colônias pelo império colonialista de Roma. E essa nova realidade já está sendo gestada nas relações de justiça vividas nas comunidades.

Discípulas e discípulos de Jesus não devem deixar-se enganar, mas perseverar, pois “é pela perseverança que mantereis vossas vidas” (21,19). As comunidades esperam, confiam e perseveram com fé na vitória de Deus. Perseverar não é aguardar de braços cruzados, mas engajar-se na superação de todas as forças do mal, resistindo com sabedoria e já vivendo hoje as relações que esperamos para todo o mundo amanhã.

Senhor, ajuda-nos no discernimento dos teus sinais em nossos tempos, para não sermos enganados por tantas mentiras e ilusões. Dá-nos coragem, ó Deus, para testemunharmos teu amor diante de tanta violência, muitas vezes legitimada em teu nome. Concede-nos sabedoria para seguirmos com perseverança no cuidado da vida. Amém!

      Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

Materiais consultados:
Liturgia dominical – Pe. Johan Konings;
Roteiros homiléticos da Arquidiocese de Belo Horizonte;
Revista de liturgia das Pias Discípulas do Divino Mestre;
Revista Vida pastoral, Paulus editora;
Roteiros homiléticos da CNBB Setembro/Novembro;
Fontes eletrônicas: www.dehonianos.org ;  www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php

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