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Casa Comum, nossa responsabilidade

Artigo Pe. Nadai - Correio Popular 09/02/2016

9/02/2016

Eis o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. Trata-se da quarta Campanha Ecumênica. Em 2002: “Dignidade humana e Paz”. Em 2005: “Solidariedade e Paz”. Em 2010: “Economia e Vida”. E o lema da campanha deste ano é: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).

O assunto é de grande atualidade e extrema urgência. Faz parte da agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) por conta da Conferência do Clima (Paris, dezembro de 2015) sobre as mudanças climáticas. O Conselho Mundial das Igrejas (CMI) convoca todas as Igrejas-membro para uma peregrinação por justiça e paz que denuncia a ação destrutiva do atual modelo de desenvolvimento baseado no consumo e na ganância que afeta sobretudo os pobres.

O papa Francisco, através da encíclica Laudato si: sobre o cuidado da Casa Comum, faz profético apelo a um desenvolvimento sustentável e integral por parte de todos os envolvidos. “Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós”.

Não bastassem essas referências às autoridades ambientalistas, humanistas e religiosas, cujo interesse primordial é o bem comum de todos, a justiça ambiental, a defesa da vida, a preservação da natureza e a integridade da criação, estamos ainda sob o impacto do desastre do rompimento das barragens em Mariana, Minas Gerais, e do medo que ronda o país por causa do mosquito “Aedes Aegypti” que tem levado a vários e graves danos à saúde da população até mesmo dos nascituros, a microcefalia…

Tanto o rompimento das barragens como essas doenças, como o Zica vírus, tem tudo a ver com a falta de cuidados básicos com o manejo correto do lixo, dos resíduos industriais e armazenamento da água. Não cuidamos devidamente de nossa casa comum, a mãe terra.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 tem como objetivo “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas, e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

O primeiro passo proposto pela Campanha da Fraternidade Ecumênica é visitar nossa Casa Comum. Abrir os olhos e ver… conhecer… examinar a realidade que nos cerca: nossa própria casa, prédio, bairros, cidades, ambiente de trabalho, escolas, igrejas, ruas e praças, se respondem às exigências de saneamento, limpeza, higiene, tratamento da água a ser consumida etc.

O segundo passo é submeter a realidade que nos envolve à luz da Palavra de Deus e às exigências evangélicas da justiça, do direito e da fraternidade. Como nos desafia o profeta Amós: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (5,24). A Bíblia,  Palavra de Deus revela-nos, do princípio ao fim, o amor do Senhor desde a criação até a Redenção. A glória de Deus é a vida do homem. Trata da relação das pessoas entre si, da justiça, do direito e do mandamento maior do amor no ensinamento de Jesus. A própria natureza é um dom de Deus a ser cuidado e cultivado. Os bens materiais devem servir a todos igualmente, de tal forma que ninguém passe necessidades. É a justiça do Reino de Deus.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, como o próprio nome sugere, é um movimento de conscientização e ação de ampla abrangência, pois as comunidades das Igrejas estão presentes e atuantes nos mais longínquos rincões de nosso país, bem como se multiplicam nas periferias das grandes cidades.

Que Deus, Senhor da vida, abençoe todas as iniciativas do poder público, das próprias Igrejas, dos meios de comunicação e outras organizações (ONGS), empenhadas na defesa e cuidado com a nossa Casa Comum.

Pe. José Arlindo de Nadai – Pároco Emérito da Paróquia Divino Salvador

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