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Ascenção do Senhor

Espírito Santo: gerador e guia da Igreja | Homilia Pe. Victor com áudio disponível

11/05/2013

Evangelho – Lc 24,46-53

‘Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto’. Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

Homilia

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Espírito Santo: gerador e guia da Igreja

O Senhor ressuscitou! Aleluia! Nesta Eucaristia, damos graças a Deus pela ascensão do Senhor ao céu, por esta elevação de todo o universo com Jesus e por esta certeza de que todas as pessoas são com Ele, elevadas e introduzidas na intimidade plena e definitiva de Deus. Lembremos com carinho de todas as mães que são para nós a personificação do amor carinhoso de Deus para com o seu povo.

A celebração da Ascensão do Senhor não se restringe à recordação solene da volta de Cristo ao Pai, Ele que vai para o céu e senta à direita de Deus, mas é o momento em que se explicita o Filho como fonte do Espírito. Ele, de junto de Deus, nos enviará aquele que manterá viva na Igreja a memória de sua Páscoa, configurando-a como um testemunho de seu amor por nós.

Do mistério da Ascensão de Cristo participa toda a Igreja que, no mundo, continua sua missão guiada pelo Espírito do Senhor. Como peregrina do Evangelho, tem como horizonte aquele lugar que o próprio Filho ocupa na companhia de seu Pai. Deste modo, a liturgia de hoje dota de sentido a existência da comunidade dos fiéis.

No Evangelho, ouvimos que Jesus mandou os discípulos, como suas testemunhas, pregar a todos as nações a conversão para a remissão dos pecados. E Ele ordenou que ficassem em Jerusalém até serem revestidos da força do Alto, o Espírito Santo. Jesus levou os discípulos até Betânia onde foi elevado ao céu. Os discípulos voltaram a Jerusalém onde frequentavam o Tempo louvando a Deus.

A narrativa dos Atos dos Apóstolos nos traz a questão apresentada pelos discípulos: “Senhor, será agora que vais restaurar a realeza em Israel?” Para entender melhor esta questão, precisamos saber que os primeiros cristãos esperavam a volta do Senhor Ressuscitado para breve. Entretanto, Jesus lhes diz: “Não lhes compete conhecer a hora do Senhor”. Isso porque agora começa o tempo da Igreja em que os discípulos terão de dar testemunho de Jesus.

O primeiro tempo de seu trabalho junto aos discípulos e suas discípulas está completo. É o momento para o segundo tempo do “jogo”: o tempo de Igreja, no qual os discípulos continuarão com a mesma missão de Jesus. Isto é explicado ainda pela aparição de dois jovens vestidos de branco que lhes dizem: “Homens da Galileia, por que estais aí a contemplar o céu? Este Jesus que acabastes de ver partir voltará igualmente”.

Isto não quer dizer somente que os discípulos não devem ficar olhando para cima, entretanto, devem por mãos à obra na certeza de que Jesus subiu aos céus. Mais que isso: recordar que, por meio da ação da Igreja no mundo, vivificada pelo Espírito, o Senhor poderá ser visto regressar de junto de Deus. Promessa garantida de cumprimento por duas testemunhas celestes. O tempo da Igreja começou e por meio dela, sacramentalmente, o Senhor sempre se faz presente.

Na segunda leitura de hoje, ouvimos as palavras de São Paulo falando sobre as grandezas que o Pai fez em Cristo, ressuscitando-o de entre os mortos e fazendo-o assentar a sua direita nos céus.

A ascensão do Senhor significa a elevação de Cristo à glória eterna, assim como dizemos no Credo: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos”. Pela ressurreição, Jesus foi estabelecido Senhor do Universo. Ele participa do poder de Deus.

São Paulo diz que, no fim dos tempos, Cristo entregará o Reino a seu Pai, para que Deus seja tudo em todos. Aquele julgamento, a volta de Cristo, nós chamamos de “parusia”.

“Virá ao fim; Cristo destruirá todas as forças do mal; e entregará o Reino a Deus Pai. Quando tudo estiver sobre o governo de Cristo, Ele mesmo, o Filho, se colocará sob a autoridade de Deus que lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos” (1 Cor 15,24-28).

O Ressuscitado está com o Pai, mas está também conosco, na sua Igreja. Assim como ele foi visto subir aos céus, será visto também ao retornar ao seio dos seus – não somente no fim dos tempos – mas como antecipação por meio de cada gesto dele que a Igreja recordar.

O acontecimento da Páscoa é único e foi narrado de maneiras diversas. Ao morrer na cruz, Jesus é, ao mesmo tempo, ressuscitado pelo Pai e entra numa vida glorificada que não conhece tempo nem espaço. No mesmo momento, Jesus dá o seu Espírito, o Espírito Santo (Jo 19,30b). Para mostrar a presença do Ressuscitado no meio dos seus seguidores, os evangelistas narram que Jesus se mostrou diversas vezes aos seus discípulos.

Lucas quer frisar, especialmente, que Jesus está com Deus e manda a Força do Alto para a Igreja anunciar o Reino a todas as nações. Por que Lucas conta a volta ao Pai e a missão da Igreja numa narração em que Jesus foi levado ao Céu? Por estes relatos, os antigos quiseram manifestar a verdade sobre a Igreja: ela existe para que, movida pelo Espírito de Cristo, continue sua missão de mostrar a todos o Pai e o seu Reino.

A Ascensão nos recorda, portanto, que em Cristo, o mundo foi assumido por Deus, abraçado por Ele. Recentemente, na remontagem do filme “Os miseráveis”, muitos puderam ouvir na boca do protagonista uma belíssima frase que resume tudo isso: “Quando amamos os outros, podemos ver a face de Deus”.

E é isso que de fato ocorre quando os cristãos dedicam cuidado e atenção às pessoas. Permitem que o Senhor “apareça”, “se manifeste” no mundo. Não é por qualquer motivo que, desde as origens, os cristãos se empenharam em socorrer os órfãos, as viúvas e os enfermos. Nestes era possível contemplar o cumprimento do amor de Cristo e, assim, seria possível vislumbrar traços do mistério.

Festejar a “volta” de Jesus para o Pai, longe de entristecer-nos nos alegra pois se trata da festa da aprovação do Pai à experiência terrena de Jesus. É uma espécie de pronunciamento de Deus acerca do itinerário pascal de Jesus, reconhecendo-lhe finalmente como Filho com toda pompa e circunstância (isto literariamente, o que é óbvio pelas narrativas lucanas).

No âmbito da experiência ritual, podemos perceber que a fazemos em toda Eucaristia, quando nosso coração a Deus se eleva, tornando-se coração filial, pois só a partir de tal posição (de filhos no Filho) podemos dar graças a Deus: Corações ao alto! Nosso coração está em Deus!

Em toda celebração Eucarística, fazemos memória da ascensão do Senhor. Na maioria das orações Eucarísticas ela é recordada, explicita ou implicitamente. A ascensão, junto com o Pentecostes, são facetas de um só acontecimento, que é a Páscoa de Jesus. Nós desmembramos para melhor celebrar cada aspecto.

A Eucaristia celebrada pela comunidade é fundamental para assegurar que estamos, porém, agindo conforme o coração de Deus que nos visita em seu Filho Ressuscitado. O itinerário quaresmal transformou oi nosso coração de pedra em coração de carne, ou seja, coração de filhos no Filho!

Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

(fontes: Pias discípulas do Divino Mestre, Johan Konings, Dicionário bíblico Mackenzie, Subsídio da CNBB)

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