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50 anos da abertura do Concílio Vaticano II

Em 25 de Janeiro de 1959 na Basílica de São Paulo fora dos muros, durante o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa João XXIII surpreendia, dizendo que gostaria de convocar um Concílio ecumênico para a Igreja. João XXIII pensava o Concílio como evento pascal, de passagem, de mudança, dizia ele: “A […]

16/10/2012

Em 25 de Janeiro de 1959 na Basílica de São Paulo fora dos muros, durante o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa João XXIII surpreendia, dizendo que gostaria de convocar um Concílio ecumênico para a Igreja. João XXIII pensava o Concílio como evento pascal, de passagem, de mudança, dizia ele: “A Igreja só será Luz dos povos, se ela tiver a Luz de Cristo dentro de si mesma.” (Constituição apostólica para convocação do Concílio Humanae Salutis).

No dia 11 de Outubro de 1962 o papa Angelo Roncale dava início ao Concílio Vaticano II, apresentando as linhas mestras para acontecer uma renovação em toda Igreja universal: diálogo, participação, comunhão, co-responsabilidade e espírito de serviço. Com a morte do Papa João XXIII, na primeira etapa do evento, 03 de Junho de 1963, coube ao cardealGiovanni Montini, Paulo VI, a coragem de tocar adiante as três etapas do Concílio que ainda estariam para acontecer.

Concílio provocou uma abertura e diálogo a outros saberes até então não aplicados automaticamente ao sagrado, como: psicologia, arqueologia; provocou um olhar da Igreja para o Mundo com compreensão e com o propósito de valorizá-lo, não condená-lo, que é uma marca anterior ao Concílio. Condenar é facílimo, mas salvar exige outro movimento, exige que se coloque no lugar do outro.

O Concílio provocou uma virada copernicana. Igreja não coloca mais o Mundo a seus pés, mas é Igreja a serviço do Mundo e uma consequente valorização dos “sinais dos tempos”. Aconteceu uma redescoberta das Igrejas locais – Dioceses –: “nas Igrejas locais e pelas quais subsiste a Igreja católica uma e única” (LG 23). Dessa forma, o Vaticano II vai romper a centralização romana para valorizar a riqueza da unidade na pluralidade e comunhão das Igrejas locais.

Um dos conceitos mais interessantes do Concílio foi o de “Povo de Deus”. É a concepção eclesialidade batismal. Não é mais uma eclesiologia sobre a hierarquia. O Batismo consagra e dignifica a todos como Igreja. O que nos torna Igreja, o que nos faz pertencer à Igreja é o Batismo e não mais a função hierárquica que exerço.

Ainda temos muito a caminhar no sentido de tornar o Concílio mais vigente em nosso meio eclesial. Não é pelo fato de ter acontecido o Concílio que houve uma total implantação das propostas do Concílio. Não é pelo fato de sua ocorrência que aconteceu uma mudança da concepção do que é ser Igreja. Creio que o Concílio foi um momento de passagem. Fica para nós uma escolha a ser tomada: uma concepção de segurança, mais voltada a um perfil tradicional com uma pastoral de mera conservação, ou a concepção do Vaticano II, voltada e em diálogo com o Mundo contemporâneo, disposta ao martírio, à Profecia, à Opção preferencial e não excludente pelos Pobres, fiel ao seu fundamento, Jesus de Nazaré?

A escolha é nossa.

Pe. Victor Silva Almeida Filho,

Vigário paroquial da Igreja Divino Salvador

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