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1o. Domingo da Quaresma | Homilia Pe. Nadai – 17/02/13

Hoje abre-se diante de nós um novo tempo, um novo caminho – a Quaresma. Iniciamos esse caminho com um olhar para o passado: recordar a peregrinação do Povo de Deus pelo Deserto, durante 40 anos. Foi o custo de sua libertação de uma situação de escravos para uma vida de povo livre, numa terra onde […]

17/02/2013

Hoje abre-se diante de nós um novo tempo, um novo caminho – a Quaresma.

Iniciamos esse caminho com um olhar para o passado: recordar a peregrinação do Povo de Deus pelo Deserto, durante 40 anos. Foi o custo de sua libertação de uma situação de escravos para uma vida de povo livre, numa terra onde corria leite e mel (a utopia), onde Deus será seu único Senhor. “Vós sois meu povo e eu o vosso Deus e único Senhor” (Dt 26,8-9)

Nosso olhar dirige-se também para o futuro. Não caminhamos a esmo, no escuro, tateando… Caminharemos nesta quaresma em direção a um ponto luminoso. Brilha diante de nós, de nossa assembleia, uma Luz. A luz da glória da Ressurreição de Jesus, Divino Salvador. A sua e a nossa Páscoa!

Assim, a profissão de fé dos cristãos se resume em: “Deus ressuscitou Jesus dos mortos” e “Jesus é o Senhor” (Rm 10,9); (2ª. leit).

Todavia, nem a travessia do povo eleito pelo deserto, nem o nosso caminho é tranquilo, sem tropeços. Ao contrário são muitas as tentações… as provações…

O próprio Jesus de Nazaré, segundo o Evangelho de Lucas que nos foi proclamado, reviveu a história de seu povo no deserto, submetendo-se Ele mesmo às tentações. Mais um sinal de sua Encarnação. Em tudo igual a nós.

Na fome, à tentação do pão fácil Jesus responde com o ensinamento da Sagrada Escritura: “Não só de pão vive o homem” (Dt 8,3).

A mais absurda e ousada das tentações à qual o tentador submeteu Jesus foi a da idolatria. Pecado abominável diante de Deus. No deserto o povo fabricou um bezerro de ouro com as jóias, brincos e anéis de suas mulheres e prestou culto de adoração a este ídolo, bezerro de ouro, ao qual também ofereceu sacrifícios. O povo de Deus se prostituiu com ídolos, dirão os profetas.

A esta tentação Jesus responde com o seu 1º. Mandamento: “Adorarás o Senhor eu Deus e só a Ele servirás”. “O Senhor nosso Deus é somente um. Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças” (Dt 6,4 e 6).

Por fim Jesus conheceu a mais refinada e sutil das tentações – manipular o poder de Deus em proveito próprio. No caso encurtar e facilitar o seu Caminho – sua missão: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. (Dt 6,16).

Sabemos que Jesus, ao longo de sua vida e missão, teve que enfrentar muitas outras provas ou tentações no sentido de desviá-lo de seu caminho de servo fiel do Pai e servidor do Povo – no anúncio do Reino de Deus:

Ora, a multidão quer aclamá-lo Rei…

Ora, até Pedro tenta convencer Jesus que desista de sua viagem a Jerusalém onde deverá  padecer a paixão e morte.

Deus te livre, Senhor. Isso absolutamente não te acontecerá”. E Jesus “Sai da minha frente, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas dos homens” (MT 16,22)

Até mesmo no alto da cruz Jesus é desafiado e posto à prova:

  • Salva-te a ti mesmo e desce da cruz, se és o Filho de Deus…
  • A outros salvou, a si mesmo não pode salvar-se…
  • Desça agora da cruz e creremos nele (MT 27,39-40)

Atualização:

  • Tentação e provas do Povo no Deserto
  • Tentação e provações de Jesus ao longo de toda a sua vida.
  • E nós, como ficamos? Será que também podemos estar sujeitos à tentação?

Cada um de nós pode e deve, honestamente, responder a esta questão, a partir de sua experiência: pessoal, familiar, profissional, comunitária e também cidadã… que são os lugares – espaços de nossa vida. Nosso deserto.

Podemos partir do paradigma das tentações de Jesus no Evangelho de hoje: fome / pão, consumismo, ganância, acumulação.

“Ganhar sempre e o quanto mais possível a qualquer custo… Levar vantagem em tudo, vencer sempre a qualquer preço…” É um desafio constante para todos.

E por outro lado não conseguir ver, nem se sensibilizar pela pobreza  miséria de tantos; passar ao largo e indiferente à fome, privações e sofrimentos do outro (pessoa) e do outro (segmentos sociais: desempregados, idosos, pobres e excluídos).

De longe a Igreja vem denunciando o abismo que separa ricos e pobres. Essa constatação pode se referir a pessoas, famílias, grupos, corporações, como também a nações.

Levar em conta:

  • Bens como a posse da terra e moradia
  • Bens de produção e consumo
  • Bens como cultura, educação, saúde e lazer.

Será que nosso jejum quaresmal e o da Igreja não deve passar por um estilo de vida mais simples, mais sóbrio, mais solidário – não só dando esmolas, mas participando seriamente na construção de uma sociedade igualitária, onde a vida e a dignidade humana sejam respeitadas e promovidas? Ninguém se salva sozinho. A salvação passa pela comunhão e partilha.

Criar um espaço de deserto dentro de nós mesmos, em casa, até mesmo em nossas cidades tão barulhentas e agitadas…

Outra tentação à qual tantas vezes podemos sucumbir é a de querer manipular Deus a nosso favor. Pior ainda querer desafiar a Deus com nossas promessas ilusórias e fora de propósito. Como se pudéssemos comprar Deus.

“Joga fora esses remédios que Jesus vai te curar!”. Como se vê a todo momento nas igrejas eletrônicas

Nossa oração, ao contrário dessa prepotência deve inspirar-se na oração de Jesus:

  • Pai, seja feita a tua vontade…
  • Venha a nós o teu reino…
  • Não nos deixes cair em tentação
  • Livra-nos do mal.

Oração:

  • Humilde
  • Confiante
  • Filial

Pe. José Arlindo de Nadai

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