A Quaresma é o tempo da graça que nos reanima e sustenta no caminho da reconciliação com Deus, com nós mesmos, com o próximo e com a Casa Comum
5/03/2025
Convertei-vos e crede no Evangelho!
Hoje abre-se para nós a porta de novo tempo litúrgico que nos levará até a Semana Santa, para a celebração dos Mistérios Pascais: paixão, morte, sepultamento e Ressurreição do Senhor, Divino Salvador.
Vamos percorrer um longo caminho, como peregrinos de esperança, revestidos das vestes da penitência: rasgar o coração, abrindo espaço para Deus, que fará de nós, novas criaturas.
“Criai em mim um coração que seja puro, dai-me o alento do Santo Espírito” (Sl 50).
A Quaresma é o tempo da graça que nos reanima e sustenta no caminho da reconciliação com Deus, com nós mesmos, com o próximo e com a Casa Comum (CF Ecologia integral).
Na primeira leitura o profeta Joel nos exorta a “rasgar os corações e não as vestes” em sinal de conversão e arrependimento, diante de Deus que é benigno e compassivo, paciente e misericordioso, sempre disposto a perdoar” (Jl 2,13).
Na segunda leitura o Apóstolo Paulo nos faz um apelo veemente, que não deixa brechas para escapatória: “Deixai-vos”… isto é, abrí as portas da casa para que Ele possa entrar e fazer uma arrumação; fazendo de nós justiça de Deus, quer dizer, justificados e confirmados como filhas e filhos amados do Abbá! Pai! “Levai a cabo, Senhor, e completai a obra que começastes no dia do meu santo Batismo”.
O Evangelho proclamado (Mt 6) é um aprofundamento sobre o espírito íntegro e o coração puro com que devemos praticar as boas obras, sinais de conversão e reconciliação.
A esmola, seu valor religioso e social, consiste na preocupação com aqueles que estão em situação de vulnerabilidade: fome, sede, desabrigados; enfermos, migrantes, oprimidos, presos e vítimas de tantas outras mazelas de nossas sociedades: guerras, violência, indiferença, etc.
A oração é uma disposição de sincera abertura, confiança e intimidade com Deus. Nada de gritaria e desmaios histéricos. Deus não é surdo e não deve ser chantageado… Antes mesmo que nossos lábios falem, seus ouvidos já escutaram. Pois Ele sabe o que guardam nossos corações.
Jejum, tem o sentido de pacificação interior, autorregramento e equilíbrio… Deve ser uma prática alegre e leve. “Perfuma a cabeça e lava o rosto”.
O rito da imposição das cinzas é um sinal de nossa disposição penitencial de conversão e reconciliação ao longo da caminhada quaresmal, tempo propício e favorável para abrir espaço para Deus em nossa vida e também para abrir nossos olhos para ver o próximo nosso irmão, nossos ouvidos para escutá-lo e nossos braços para acolhê-lo e abraçá-lo.
Coragem! Lá na frente brilha a luz da madrugada da Ressurreição.
Dêmo-nos as mãos e fraternalmente apoiemos uns aos outros nessa peregrinação quaresmal… Amém!
Pe. José Arlindo de Nadai
Referências: Liturgia Diária –Paulus
Vida Pastoral, ano 66 no. 362 – Paulus
Konings J – Celebrar a Palavra – Ano C – Paulus
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