Homilia – Pe. Nadai | Festa de Nossa Senhora Aparecida

1 – A Celebração de hoje coloca diante de nossos olhos, pelas leituras proclamadas:

– Ester 5, Ap. 12 e Jo 2 – a figura da Mulher!

• Ester, com sua beleza e encanto… que intercede por seu povo: “eis o meu pedido e o meu desejo, ó rei: a vida do meu povo”.
• A mulher grávida que dá à luz um filho homem… Ela tem que fugir para o deserto carregando a criança; pois de repente surge o dragão ameaçando a vida do recém-nascido!

Quem é essa Mulher: é a figura da Igreja perseguida na época, pelo império romano. No contexto da celebração de hoje, representa Maria, Mãe de Jesus, nossa Mãe, que protege, defende e cuida de seus filhos e filhas.

• No Evangelho proclamado, de novo a figura da Mulher – Maria, a Mãe de Jesus, na festa de um casamento: as Bodas de Caná.

Maria interage com seu Filho Jesus (também convidado para a festa). “Eles não têm mais vinho” e também dirige-se aos garçons: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo. 2,5)

Maria: Mulher e Mãe atenta às necessidades e aflições de seus filhos(as).

Maria, na sua missão de intercessora e mediadora junto ao seu Divino Filho.

2 – Além disso temos esta réplica da imagem de Nossa Senhora na ornamentação ao lado:

– Aparecida no barro, nas águas e na fé.

Sim do pó da terra – feito barro – foi moldada a imagem original, por um monge beneditino, Agostinho de Jesus. A imagem tem feições das mulheres brasileiras em sua labuta diária: lábios com um leve sorriso, covinha no queixo, penteado longo e solto, flores nos cabelos e testa e um porte de cabeça erguida.

Foi numa curva do Rio Paraíba, próxima do Porto de Itaguaçú, que trabalhadores da pesca colheram em suas redes a pequena imagem da Senhora da Conceição, quebrada em dois pedaços e toda enegrecida pela lama.

Assim emerge das águas um pequeno-grande-sinal, através do qual Deus se revela e denuncia a crueldade da exploração de pessoas negras escravizadas nos subterrâneos da mineração e em tantos outras situações da senzala!

A Mãe Aparecida, feita de barro emergida das águas, na sua fragilidade revela a força da salvação divina que opera na História.

O Povo, pelas mãos dos pescadores, se apropria dos pedaços da imagem, restaura-a na inteireza original e assim a pequena imagem da Senhora da Conceição Aparecida no barro e nas águas sobrevive até hoje na piedade e na fé do Povo brasileiro.

O povo da fé se identifica tanto com essa devoção, que em oração se expressa – “Minha  Nossa Senhora Aparecida.” – para significar sua proximidade filial a Mãe de Jesus e nossa Mãe – Amém!

Cantar: Dai-nos a benção…

(Cfr  M.C.Domezi – Vida Pastoral no. 315, 1017)