Home  »  Artigos » Destaques » Homilias » Missas » Noticias » Padre Nadai  »  Homilia | A Semana Santa

Homilia | A Semana Santa

Essa solenidade pascal é tão importante e significativa que se prolongará por sete semanas concluindo-se em Pentecostes.

14/04/2025

1 – Domingo de Ramos

Com a Celebração do Domingo de Ramos, inicia-se a Semana Santa, cujo ponto alto é o Tríduo Pascal: a Ceia do Senhor (5ª.feira), Paixão, Morte e Sepultamente de Jesus, (6ª.feira) o Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor e a Vigília Pascal (na noite do Sábado).

No Domingo de Ramos, recordamos a entrada de Jesus de Nazaré, montado num jumentinho, na cidade de Jerusalém, sob aclamações da multidão que o saúda: Bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana ao Filho de Davi. Paz no céu e glória nas alturas. Hosana!

Completou-se o tempo. Chegou a Hora em que Jesus se revela e se deixa reconhecer como o Messias prometido e tão esperado; porém, não conforme certa expectativa vigente, que se desviara do messianismo da tradição profética; mas sim, como o Messias dos desígnios e projeto do Pai.

O Servo Sofredor que carrega sobre si nossos sofrimentos e leva às costas nossas dores. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos nem aparência que agradasse (Cfr Is 53).

Jesus de Nazaré, é apresentado aos chefes religiosos do povo por Pilatos, com seu corpo chagado pela flagelação; cabeça coroada com coroa de espinhos, vestido com manto de púrpura, como escárneo: Ecce Homo! Eis o homem. (Jo 19,5). Eis o vosso Rei! E o entregou para ser crucificado.

Rompe-se, definitivamente,  o selo (lacre) do segredo messiânico e Jesus de Nazaré assume plenamente a missão a Ele confiada pelo Pai: Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou (Jo 6,38).

2 – Quinta-feira Santa

Missa da Ceia do Senhor. Esta celebração aponta para os grandes mistérios da nossa redenção, com destaque para a dimensão sacramental, no sinal do pão e do vinho, partilhados à comunidade reunida em torno da mesa do altar: Tomai todos e comei, isto é o meu corpo. Tomai todos e bebei, este é o cálice do meu sangue! Mistério da fé e do amor! Fazei isto em minha memória.

A Eucaristia é memorial do mistério da salvação, torna presente no modo sacramental (em sinais) a Paixão-Morte-Ressurreição e Ascenção do Senhor Jesus.

Neste dia recordamos também o surpreendente gesto de Jesus que, levanta-se da mesa, tira  o manto, toma uma toalha, amarra-a na cintura e começa a lavar os pés de seus discípulos… Ao final, recompondo-se, senta-se de novo e conclui: Compreendeis o que acabo de fazer? Se eu, o Senhor e Mestre(como me chamais) vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros! (Jo 13,1-15).

O lava-pés é o sacramento permanente da mística do serviço – da diaconia!

Onde o amor e a caridade, Deus aí está”

Onde está Deus? Lá onde, se vive o amor fraterno, modo ágape! “Deus é amor”. (1Jo 4,8)

3 – Sexta feira da Paixão do Senhor

 A observação e a experiência nos mostram que a Sexta feira Santa é o dia que toca mais fundo a religiosidade e a piedade do Povo da Fé, seja pela frequência e participação, como pelas muitas celebrações populares: Via-Sacras; procissões: do Senhor dos Passos e do Encontro; do Senhor Morto; a dramática descida da Cruz do Corpo de Jesus e seu sepultamento, etc.

A liturgia da tarde desse dia – 15h – convida-nos à contemplação e veneração da cruz e nela do Crucificado: Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo! Adoremos…

A cruz do Crucificado, porém abraça toda a Humanidade, especialmente as pessoas de todas as idades, feridas e caídas à beira da estrada da vida; bem como povos e nações vítimas de guerras ou submetidas a tantas  privações como a de alimento, moradia, saúde, educação e até mesmo de uma pátria como os palestinos, curdos, e imigrantes… Não desviemos deles nosso olhar! Não lhes demos as costas. Somos todos irmãos(ãs). Cultivemos a amizade social. Lembra-nos constantemente o Papa Francisco.

Na Celebração da Paixão do Senhor, nessa Sexta feira Santa, no Ano Jubilar – Peregrinos de Esperança – nosso olhar deve também baixar da cruz para o chão da vida e da história padecente de irmãos e irmãs que passam por angústias e dolorosos sofrimentos e possam experimentar o alívio de um braço cirineu, de um véu de Verônica, a compaixão samaritana, a presença e proximidade materna e fraterna junto a sua Cruz, e não esmoreçam nem percam a esperança.

Lembremo-nos, como nos exorta o Papa Francisco, dos povos e nações em guerra. Das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social: moradores em situação de rua; presidiários; migrantes: exilados, refugiados e deslocados; idosos abandonados; doentes e tantos outras situações de pessoas que precisam de acolhimento, proteção e cuidados.

“O que fizerdes ao menor de meus irmãos foi a mim que o fizestes.” (Mt 25)

Jamais demos o vinagre da indiferença a quem pede água para sua sede.

        Que a Celebração da Sexta feira da Paixão do Senhor, confirme nosso compromisso com a vida, inclusive com a vida da Casa Comum, a Mãe Terra!

4 – Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

Vigília Pascal na noite Santa

O sábado guardou respeitoso e orante silêncio, velando com Maria em sua soledade, o Sepulcro do Senhor.

Ao anoitecer os fiéis reúnem-se na Igreja para a vigília pascal – a mãe de todas as vigílias.

No fogo novo acende-se o Círio Pascal que, em procissão entra lentamente no templo, iluminando a escuridão, reacende e confirma a esperança.

“Eis a luz de Cristo que ressuscita resplandecente, dissipe as trevaas dos corações e mentes.”

Segue-se a proclamação da Páscoa – o Exulte – ícone da música sacra e da literatura litúrgica.

O céu com seus anjos, a mãe terra com todas as criaturas e a Igreja com o Povo da fé, exultem em júbilo: eis a Páscoa, Cristo Ressuscitou.

Unem-se céus e terra! O círio que acendeu nossas velas, possa esta noite toda fulgurar e misture sua luz à das estrelas. Também a abelha generosa da cera virgem venha conosco celebrar!

Segue-se, então, a Liturgia da Palavra que faz memória das maravilhas de Deus, desde a Criação do Universo e de nossa Casa Comum, com ênfase na libertação do Povo e sua renovação, até a nova criação, coroada com a Ressurreição do Cristo Senhor, Divino Salvador.

É uma recordação breve, mas profunda e comovente da história da salvação, incluindo salmos e orações.

“Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda face renovai.”

“O Deus, Pai de bondade que, admiravelmente criastes todas as coisas e mais admiravelmente ainda as renovastes.”

O mundo veja e experimente que se levanta o caído, o velho se torna novo e tudo volta à integridade primitiva, por Cristo, no qual nós nos tornamos filhos e filhas do Abba! Pai! pelo Batismo!

A liturgia da Palavra atinge seu ponto alto com o Aleluia Pascal e o cântico do “Hatel” (louvor, salmos 117,118) – O Senhor fez maravilhas. A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular! Aleluia!

O Evangelho proclamado neste ano é de Lucas. Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago e outras mulheres, de madrugada dirigem-se ao túmulo de Jesus. São surpreendidas com a pedra removida e o túmulo vazio. Sem saber o que dizer, ainda tomadas de medo, ouvem o testemunho de dois homens com roupas brilhantes: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou!”  (Lc 24,5) Conforme Ele mesmo dissera, mais de uma vez. Então elas se lembraram das palavras dele, e pressurosas foram anunciar aos Apóstolos e aos outros discípulos e discípulas do Divino Mestre tudo que tinham visto e ouvido. Todos ficaram admirados, mas incrédulos até que o Crucificado – Ressuscitado se manifestasse a eles de vários modos e em diferentes lugares. Iniciam a partir de agora, nova experiência de fé no Kyrios, o Senhor Ressuscitado!

Nessa vigília somos convidados a renovar nossos votos e compromissos batismais. “Sepultados com Ele no Batismo, foi também com Ele que ressuscitastes pela fé…” (Col 2,12). Banhados em Cristo, somos uma nova criatura… Somos nascidos de novo!

5 – Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor.

Essa solenidade pascal é tão importante e significativa que se prolongará por sete semanas concluindo-se em Pentecostes. Os Domingos desse período são chamados de Domingos de Páscoa (do 2º.ao 7º.). Além disso, em cada Domingo celebramos a Páscoa do Senhor e nossa Páscoa.

Exultantes de alegria e fé cantamos: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e Nele exultemos. Aleluia!

E na sequência, obra prima da literatura litúrgica, canta-se: Ressuscitou de verdade! O Cristo que leva aos céus, caminha à frente dos seus. Ó Cristo, piedade.

No Jubileu 2025 – Peregrinos de esperança – Que a Celebração da Ressurreição do Senhor, seja o grande sinal de esperança de um mundo novo de justiça e paz para todos os povos e nações, especialmente, para os que se encontram em situação de guerra, violência e conflitos armados. AMÉM!

PARÓQUIA DIVINO SALVADOR CAMPINAS | TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this