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Ressurreição

Artigo Pe. Victor - Correio Popular 06/05/14

6/05/2014

Inegavelmente a mensagem central da vida cristã é a Ressurreição. É a volta à vida de um morto. Mas por mais central seja essa mensagem, seria empobrecedor demais olhá-la “apenas” como volta a uma condição vital anterior à morte. A mensagem da Ressurreição cristã é muito maior em significado e sentido para nossa existência.

A princípio é um conceito já existente nos textos do Primeiro Testamento, nos livros de Daniel e dos Macabeus. Os justos, ou seja, aqueles que eram fiéis às tradições judaicas e doavam suas vidas por uma causa não eram esquecidos por Deus na morte, mas ressuscitavam. A memória desses justos perdurava viva nos seus seguidores que davam continuidade ao projeto iniciado por aquele que havia sido morto e que agora continuava vivo por meio de seus seguidores.

Os textos bíblicos narram muitas passagens da Ressurreição de Jesus e sua presença na Comunidade apostólica. Todavia, o interesse do autor sagrado não é narrar como se deu factualmente a Ressurreição, mas quais são seus frutos e o que disso decorre. Os textos sagrados, mesmo estes que nos relatam a Ressurreição, são de referência e não textos jornalísticos.

É errado perguntar ao texto se tudo o que está ali relatado aconteceu ao modo como está descrito. Essa pergunta não deve ser feita ao texto bíblico, por que certamente a resposta será: não. Mas, a melhor pergunta a se fazer é: Por que você narra esses acontecimentos dessa forma? Qual seu interesse em me descrever tais acontecimentos assim? Onde queres me conduzir e que atitudes desejas que eu tome ao me relatar tais acontecimentos?

No texto do Evangelho de São João no capítulo 20, 19-31 se registra a presença de Jesus na comunidade primitiva: “estando fechadas por medos dos Judeus as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus se coloca no meio deles…”. O texto é emblemático. Revela uma crise que passava a comunidade joanina no ano 95 depois de Cristo. Onde vamos ver, ouvir tocar e falar com Jesus? A resposta é: na comunidade apostólica.

Logicamente que a presençade Jesus descrita no texto Joanino não é marcada pela carne e pelo osso. Gente de carne e osso não atravessa paredes ou portas. O autor quer deixar claro que essa presença é nova, não mais feita pelos meios sensoriais. Relata a entrada de Jesus numa nova dimensão.A percepção do Mestre e Senhor será agora feita por uma nova forma. Agora não mais sensivelmente.

A entrada de Jesus nesta nova dimensão presencial conduz seus seguidores e seguidoras para percebê-lo nessa nova perspectiva.Nessa nova presença entre os discípulos Jesus “sopra” sobre eles e oferece a paz. Esse novo aspecto traz consigo uma força do alto, o Espírito Santo, que iluminará suas inteligências e os impulsionará a saírem de seus medos, inseguranças e incertezas para agora serem eles anunciadores intrépidos da Boa-nova.

A fé na Ressurreição é amor que vê, toca e ouve o próprio Senhor. O amor torna o amado presente. E essa experiência é justamente Seu novo modo de estar entre nós: é presença espiritual, singela, envolvente, empolgante e impulsionadora na Comunidade, agora por meio de seus seguidores e seguidoras.

     Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

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