“O Espírito Santo vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”

6º Domingo do Tempo Pascal

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O fato central desta celebração é a promessa que Jesus faz aos discípulos de enviar o Espírito Santo ao Povo de Deus em marcha na história. O Cristo ressuscitado continua caminhando conosco. Ele fala através do Evangelho da necessidade de nos mantermos comunhão com ele e reafirmar sua presença e sua assistência através de seu auxiliador, o Espírito Santo. O Caminho de Jesus foi uma vida entregue em favor dos irmãos, uma doação total e radical até a morte. Hoje, como aos discípulos, somos convidados a percorrer, com Jesus, esse mesmo Caminho. “Anunciem com gritos de alegria, proclamem até os extremos da Terra o Senhor ressuscitou, aleluia!”

O Evangelho pertence aos Discursos de despedida e salienta que o Ressuscitado permanece na Comunidade através de sua paz e do Espírito Santo. A fé testemunha no amor e na fidelidade à Palavra possibilita viver em Comunhão com o Pai e o Filho, se alguém me ama guardará minha Palavra meu Pai o amará e nós viremos e faremos nele nossa morada. A Comunhão é assegurada pelo Espírito Santo, o Defensor que age em quem anuncia a Boa-nova de Jesus em meio aos desafios e provações. O Espírito Santo é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar e recordar tudo o que Ele disse, sendo a memória viva do Mestre. Ele faz compreender que a Paz manifestada pelo Ressuscitado é a plenitude das bênçãos da salvação. A ação do Espírito tranquiliza a caminhada de fé dos discípulos após a partida de Jesus: “Não se perturbe nem se atemorize o vosso coração; vou partir, mas voltarei para junto de vós.” A promessa do Mestre deve alegrar seus seguidores, pois o Defensor os assistirá em todos os momentos, dando-lhes a certeza que não ficarão órfãos. As palavras e as ações de Jesus são iluminadas pela sua oferta pascal: disse-vos isto para que quando acontecer, acrediteis.

A primeira leitura faz memória do Concílio de Jerusalém e afirma que o Espírito conduz as atividades do Concílio apostólico de Jerusalém e faz compreender que a fé em Jesus salva. A Carta apostólica da liberdade de Cristo expressa a enculturação da fé que supera as barreiras ligadas a uma raça. O salmista confia no Senhor, pois Ele revela sua benevolência, fazendo brilhar sobre nós a sua face. Na 2ª leitura a referência às 12 tribos de Israel e aos 12 apóstolos, enfatiza a missão de todo o povo na construção da nova cidade, centrada em Deus e no Cordeiro. A presença vitoriosa de Jesus ressuscitado brilha em todos os que habitam a Nova Jerusalém, conduzindo-os à libertação plena.

O Espírito Santo ilumina e leva a compreender a missão de Jesus, ensinando a viver como morada de Deus na comunhão do amor. A fidelidade à Palavra de Cristo se manifesta no empenho em construirmos uma nova cidade, um mundo novo de Justiça e solidariedade.

A liturgia da Palavra nos revela que a Palavra não deve ficar presa, morta ao passado, mas deve sempre estar respondendo aos desafios que nos são apresentados à evangelização do hoje de nossa história. Se esta Palavra não for atualizada e responder aos anseios do Homem moderno é Palavra morta e presa ao passado.

Neste dia do Senhor nos reunimos em Comunidade para recordar o Mistério pascal de Jesus Cristo e o que Deus realizou através dos séculos e o que continua realizando hoje na nossa vida e na nossa história. Ao redor das mesas da Palavra e da Eucaristia antecipamos os sonhos de novos céus e nova terra, onde não haverá luto nem choro nem dor. Com fé anunciemos a uma só voz a morte do Senhor, proclamamos Sua ressurreição com a certeza de Sua vinda definitiva.

Pe. Victor Silva Almeida Filho

vigário paroquial