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Não vimos, mas em Comunidade cremos!

O Senhor ressurgiu realmente, Aleluia!

30/03/2013

O Senhor ressurgiu realmente, Aleluia!

Prezados irmãos e irmãs.

Esta noite santa é a mãe de todas as vigílias, a luz de Cristo dissipa as trevas, iluminando a nossa fé. No Cristo ressuscitado realiza-se a nova Criação, um novo Êxodo, para os que renascem nas águas do batismo e para os fiéis que renovam sua condição de filhos e filhas.

As leituras desta noite ressaltam o amor incondicional de Deus, revelado ao longo da História da Salvação. O relato da Criação mostra Deus como luz da vida, que transforma as trevas, o caos em cosmos. Abraão, o pai da fé, confia na Promessa divina. O Êxodo evoca a ação de Deus, que conduz no Caminho da Libertação. O Profeta ensina a retomar o caminho da Aliança, deixando-se envolver pela força da Palavra. Pelo batismo, o cristão faz a experiência da vida nova em Cristo, morto e ressuscitado. Mergulha no mistério da Páscoa de Cristo para viver sua filiação divina.

Daqui a pouco nossa Comunidade ganhará mais um membro. A Sara será incorporada à nossa Igreja. E no batismo da Sara nós renovaremos nosso batismo, momento em que fomos incorporados em Cristo como homens e mulheres novos, transformados pelo Cristo. Tudo é renovado nesta noite santa, não só nós seres humanos, não só nós os cristãos, mas toda a Criação.

Irmãos e irmãs o Cordeiro pascal já foi imolado, o Filho foi integralmente fiel ao projeto de vida que o Pai lhe confiou. Não mais precisamos do sangue do Cordeiro que outrora os hebreus passaram nos umbrais das portas, onde eram cativos no Egito contra o Espírito aterrador. Agora o convite que a nós feito é: “vinde todos, tomai e comei!

O Evangelho que ouvimos narra a ida das mulheres ainda de madrugada ao túmulo de Jesus. E na escuridão da madrugada a pedra do túmulo está removida, não encontraram o corpo de Jesus e na escuridão da incerteza, ficaram sem saber o que estava acontecendo. Na escuridão ou na madrugada da fé de Madalena e das outras mulheres que a acompanhavam tudo ainda é incerto, tudo se dá às apalpadelas. Não conseguem olhar outra coisa senão o chão. O medo as envolvia. O espantoso vazio do sepulcro passa a fazer de cada uma delas… Mas dois homens se aproximam e recordam-lhes as palavras do Mestre: “O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia”. (cf. Lc24, 7.)

Vejam meus irmãos e irmãs a quem o Senhor se manifesta vivamente: às mulheres. Ele não está aqui. Ressuscitou! (cf. Lc24, 6) Dizem os homens vestidos de branco. A elas que nem testemunhas nos tribunais podiam ser. Porém, a sua lógica de Deus sempre subverte o que está dado e estabelecido. É às mulheres que Jesus pela primeira vez se manifesta ressuscitado.

Ao voltarem para junto dos onze e dos demais, são desacreditadas pela escuridão da dúvida e da incredulidade. Pedro e os demais ainda estavam na escuridão da madrugada. A corrida ao túmulo de Jesus não é apenas uma corrida fisicamente, mas Pedro inicia uma corrida na fé. Se levantou e correu ao túmulo (cf. Lc24, 12.) Pedro sai. Busca os sinais, verifica a narrativa das discípulas, admira-se… Nada se viu com os olhos físicos. O ressuscitado não se manifestou por esse caminho aos discípulos. A mesma dinâmica se impõe hoje. A resposta do Evangelho permanece a mesma para as gerações sucessivas: é necessário o olhar da fé que enxerga através dos sinais. A morte e a ressurreição de Jesus o devolvem à esfera da eternidade. Seu corpo glorioso e a condição humana e histórica redimidas encontram, agora, repouso noutro regaço: o seio do Pai. Em Cristo, a promessa de vida plena para toda a humanidade está guardada, escondida em Deus. Mas sem estar apartado da comunidade de fé: dele toma parte através da humanidade do Senhor.

Nós somos a comunidade de fé, testemunhas proeminentes. Por isso tudo o que temos: nossos cantos, as velas acesas, a Palavra proclamada, o pão e vinho compartilhados, a água aspergida, o incenso, o Glória e o Aleluia: querem dizer: Ressuscitou de Verdade. Ele está vivo realmente!

Assim como as apóstolas e apóstolos do tempo de Jesus, nós sentimos um idêntico misto de ausência e presença de Cristo. Uma ausência que nos evoca e transporta, em Cristo, para os braços do Pai, mas também nos firma os passos na história, deixando que a força da ressurreição a tudo transforme através do nosso pensar, sentir e agir. Sua força de vida continua presente na história através de cada um que adere ao Evangelho, à verdade, à justiça, à paz, à defesa da vida em todas as suas etapas, à denúncia da maldade e da violência, ao combate da fome e da miséria, para que mais túmulos fiquem vazios, para que mais mortalhas sejam deixadas, para quem mais anúncios de vida e de vitória sejam proclamados.

A todos uma feliz e Páscoa!

Pe. Victor Silva Almeida Filho,
Vigário paroquial

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