Home  »  Evangelho » Mais Destaques » Noticias  »  Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais

Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais

22 de Junho de 2014 - 12º Domingo do Tempo Comum

21/06/2014

Evangelho – Mt 10,26-33

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos:
26 Não tenhais medo dos homens,
pois nada há de encoberto que não seja revelado,
e nada há de escondido que não seja conhecido.
27 O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia;
o que escutais ao pé do ouvido,
proclamai-o sobre os telhados!
28 Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!
Pelo contrário, temei aquele que pode destruir
a alma e o corpo no inferno!
29 Não se vendem dois pardais por algumas moedas?
No entanto, nenhum deles cai no chão
sem o consentimento do vosso Pai.
30 Quanto a vós,
até os cabelos da cabeça estão todos contados.
31 Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos
pardais.
32 Portanto, todo aquele
que se declarar a meu favor diante dos homens,
também eu me declararei em favor dele
diante do meu Pai que está nos céus.
33 Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também
eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.

+++

Refletindo a Palavra

Jesus enviou seus discípulos para anunciar e implantar o Reino de Deus (cf. evangelho do 11º domingo comum). No evangelho de hoje, ensina-lhes a firmeza profética. Ensina-os a não ter medo daqueles que matam o corpo e a viver a confiança em Deus acima de tudo.

O Evangelho de Mateus nasceu de uma comunidade que já havia experimentado a violência da perseguição por causa de Jesus. Para os primeiros cristãos, a perseguição entrava na lógica do anúncio evangélico: aconteceu assim com Jesus, assim acontecerá com os que lhe forem fiéis. Contudo, os cristãos se perguntavam: Não existe outra forma de viver o evangelho sem passar pela perseguição? Até que ponto o testemunho cristão tem de passar necessariamente pela rejeição, enfrentando a violência? Como se posicionar diante da morte violenta? Onde está Deus nessa situação?

     Essas perguntas estão por trás do capítulo 10 de Mateus – ao qual nosso texto pertence –, que trata da missão da comunidade cristã diante dos conflitos e perseguições por causa do testemunho. Os colaboradores para a justiça do Reino enfrentam as mesmas rejeições enfrentadas pelo Mestre da Justiça.

     A expressão “Não tenham medo” aparece três vezes no texto (vv. 26.28.31). É, portanto, uma espécie de refrão, marcando com força a ideia de que é preciso ter coragem. O v. 28 mostra a quem a comunidade deve temer. Mas temer aí significa obedecer. Sabemos de que medo se trata: é o medo das consequências que a prática de Jesus suscita – hostilidades, perseguições, sentenças sumárias e morte. Esse medo tinha levado alguns da comunidade a buscar uma forma alternativa de testemunho, contornando os conflitos e perseguições, dando à religião um caráter intimista, de sacristia. Jesus garante que não deve ser assim; pelo contrário, “o que está encoberto será descoberto, e o que está escondido será revelado” (v. 26). Em outras palavras, aquelas intuições nascidas da prática de Jesus precisam ser levadas às últimas consequências, sem fugir delas. Essas intuições desmascaram os sistemas encobertos que promovem a morte. A luta pela justiça do Reino esbarra na resistência dos que não querem mudanças sociais. Foi assim com Jesus. Por que não o será com os discípulos dele?

     Declarar-se a favor de Jesus é superar o medo e enfrentar inclusive a morte. O contexto desses versículos recorda os processos contra os cristãos nos tribunais. Para os primeiros cristãos, o martírio era o momento solene em que podiam proclamar, antes de serem executados, qual razão animava sua vida. Por causa dessa razão, perdiam a vida, sem que ninguém os defendesse. Contudo, o contexto desses versículos recorda outro processo, diante de Deus. Aí, os que confessam Jesus o terão por advogado diante do Pai. O cristão que se declara solidário com Jesus e seu projeto já tem Jesus a seu favor, declarando-se solidário com quem o confessa.

     Segundo esses versículos, portanto, podemos entender qual o sentido da morte para o cristão. Ela tem sentido enquanto solidariedade com Jesus e seu projeto. E essa solidariedade é imediatamente envolvida pela solidariedade de Jesus, o vencedor da morte e comunicador da vida. Essa certeza capacita o cristão para o testemunho de Jesus. Resta, contudo, um desafio: aceitar a proposta, com suas consequências, ou rejeitá-la. Ser ou não ser solidário com Jesus. Ser ou não ser cristão!

(http://vidapastoral.com.br/roteiros/22-de-junho-12o-domingo-do-tempo-comum/.Acesso em 2014, Jun 21)

 

 

PARÓQUIA DIVINO SALVADOR CAMPINAS | TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this