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Já não escravos, mas irmãos

Homilia Pe. Nadai: Maria Mãe do Divino Salvador - Dia Mundial da Paz

31/12/2014

A partir do presépio onde repousa Jesus sob o olhar de ternura da Mãe e protegido pelos cuidados do pai, celebramos a solenidade de hoje: Maria, Mãe do Divino Salvador.
Hoje também estamos celebrando a passagem do ano. É bom olharmos para trás, para um balanço. Temos muito a agradecer e louvar. Olhar também para frente e pedir que o Senhor abençoe nossos projetos para 2015. Volte para nós o seu rosto de Abbá-Pai e proteja a nós e nossas famílias e nos guarde na palma de sua mão. Amém!
Hoje celebra-se também o dia mundial da Paz. “Não mais escravos, mas irmãos”, é o tema escolhido pelo Papa Francisco, como mensagem para a Igreja e para os homens e mulheres de boa vontade!
Sim, somos irmãos: porque criados à imagem e semelhança de Deus e animados pelo alento do Espírito.
Sim, somos irmãos pela graça e pela filiação adotiva em Jesus Cristo.
“E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá- ó Pai. Assim já não és mais escravo, mas filho…” (Gl 4,7)
Assim sendo, os homens e mulheres de todos os tempos e lugares têm em comum: a filiação adotiva e o vínculo da fraternidade em Cristo. Já não sois escravos, mas irmãos. Já não vos chamo servos, mas amigos… (Jo 15,15)
Lamentavelmente, contudo, desde tempos imemoriais, as sociedades conhecem o triste fenômeno da sujeição do homem pelo homem: a instituição da escravidão que também a sociedade brasileira sustentou por séculos e que ainda hoje reaparece aqui e ali, sob diversas formas no campo e na cidade.
Desde seu lugar privilegiado, a cúpula de São Pedro e com seu olhar de Pastor voltado para as periferias do mundo o Papa Francisco pensa:
• Nos trabalhadores e trabalhadoras, inclusive menores de idade submetidos ao trabalho escravo…
• Nos migrantes que passam por todo tipo de insegurança, medo, fome e exploração…
• Nas mulheres, incluindo meninas, submetidas à exploração sexual…
• Nas crianças, jovens e adultos, que são objeto de tráfico para remoção de órgãos, recrutados como soldados ou para o tráfico de drogas…
• Nas pessoas que são vítimas do terrorismo e de sequestros, como mercadoria de troca…
Na raiz da escravatura está uma violação da dignidade e da grandeza da Pessoa humana e também a perda total do senso de igualdade entre todos os seres humanos e da fraternidade universal: já não sois escravos, mas irmãos. Enfim, a rejeição da humanidade da outra pessoa!
A realidade dolorosa da escravidão passa pela situação de pobreza das pessoas e de povos que são lançados na marginalidade e exclusão. Bem como pela falta de condições de educação e de trabalho.
O Papa Francisco aponta ainda como causa da escravatura a corrupção que reina entre grupos do poder econômico, policial e dos Estados.
Triste, acrescenta o Papa, é constatar que esses crimes acontecem em meio à indiferença geral.
O Papa vê, por outro lado, com alegria e esperança, o compromisso de instituições religiosas e civis empenhadas na luta para resgatar a dignidade das pessoas e grupos sociais e globalizar a fraternidade e banir a indiferença.
Francisco faz um apelo veemente a todos os homens e mulheres de boa vontade, para que não se tornem cúmplices desta crueldade, não afastem o olhar do sofrimento de tantos irmãos e irmãs em humanidade, mas tenham a coragem de tocar a carne sofredora de Cristo, “nos irmãos mais pequeninos” (Mt 25, 40.45)
Lembremo-nos que a última, definitiva e decisiva pergunta de Deus a cada um de nós será: “Que fizeste a teu irmão?” (Gn 4,9-10)
Que a alegria, a esperança e paz sejam nossas companheiras no novo Ano que se inicia. Amém.

Pe. José Arlindo de Nadai – Paróquia Divino Salvador

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