Homilia – Vigília de Natal 2014

Hoje nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo Senhor!

Hoje se cumpre a profecia de Isaías – o povo que andava na escuridão viu uma luz, para os que habitavam nas sombras da morte uma luz esplandeceu (Is 9,1)

Desde a mais tímida luzinha de uma árvore de natal ou de um pequeno presépio armados nas humildes casas de periferia ou barracos nos morros, até as grandiosas guirlandas e cascatas de luzes de luxuosos prédios, que brilham aos nossos olhos são sinais da luz verdadeira que ilumina todo homem (Jo 1,9)

A fé que professamos em Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, que se encarnou pelo Espírito Santo no seio de Maria e se fez homem, é a mesma fé que da Igreja recebemos desde o nosso Batismo (credo). É o que também nos ensina Paulo Apóstolo em sua carta a Tito: “Caríssimo: a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens” (Tt 2,11). Por fim, a proclamação do Evangelho que acabamos de ouvir, com reverência e piedade, nos lança no coração do mistério da Encarnação de Jesus, Divino Salvador! Com efeito, quando profundo silêncio reinava naquela noite, que recobria qual manto macio os pastores dos campos de Belém, eis que do resto de Israel, da raiz de Jessé, do seio de Maria, sob os cuidados de José, homem justo, nasce para nós o Divino Salvador que será chamado Jesus, Emanuel – Deus conosco. Ele nasce na família de Nazaré e renasce em toda família humana, também em nossa família!

Interpelação veemente da Igreja hoje, inclusive nas exortações do Papa Francisco, é que cada cristão se torne um discípulo missionário de Jesus Cristo. Discípulo que sabe escutar a Palavra do Divino Mestre e procura praticá-la, vivê-la na mística do seguimento. Felizes os que ouvem a Palavra e a põem em prática.

No Natal a Palavra divina assume um rosto humano, Jesus de Nazaré e vem habitar no meio de nós.

Maria, a mãe, acolhe-o com ternura em seu colo. José, o pai, protege-o vigilante. Pastores acorrem ao seu encontro. Anjos anunciam em cânticos seu nascimento. Magos, de muito longe, guiados por uma estrela, percorrem distâncias para adorá-lo e homenageá-lo com seus presentes. Até alguns animais da redondeza se achegam timidamente e o aquecem.

As pedras da gruta e as heras de suas fendas se inclinam reverentes.

Gotas de orvalho da madrugada estão ali para saciar sua sede.

Vamos também nós pessoalmente, com nossa família e comunidade até Belém ao encontro de Jesus, alegria dos homens!

Pe. José Arlindo de Nadai – Paróquia Divino Salvador