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Domingo de Ramos | Homilia Pe. Victor – 24/03/13

Queridos irmãos e irmãs. É Domingo de Ramos. São os últimos passos da caminhada rumo à Páscoa. Com Jesus, caminhamos rumo a Jerusalém. Com ele entramos na cidade, cenário onde se desenvolverão os grandes mistérios de nossa fé. Hoje, com ramos, nas mãos somos convidados a contemplar o Deus, que, por amor, fez-se servo e […]

24/03/2013

Queridos irmãos e irmãs.

É Domingo de Ramos. São os últimos passos da caminhada rumo à Páscoa. Com Jesus, caminhamos rumo a Jerusalém. Com ele entramos na cidade, cenário onde se desenvolverão os grandes mistérios de nossa fé. Hoje, com ramos, nas mãos somos convidados a contemplar o Deus, que, por amor, fez-se servo e se entregou para que o ódio e o pecado fossem vencidos e a vida nova triunfasse. Com o Domingo da Paixão do Senhor, descortinasse a Semana Santa em que a Igreja celebra os Mistérios da Salvação levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias de sua vida a começar pela Entrada Messiânica em Jerusalém. Hoje, Domingo de Ramos, exultantes com os ramos nas mãos, proclamamos que Jesus é Messias, o Ungido. Ao recebê-lo com as palmas da vitória, damos testemunho de seu triunfo sobre a morte, porque compreendemos, na fé, o significado de seu último Sinal, quando ressuscitou Lázaro: Eu sou a Ressurreição e a Vida (Jo11, 25). Saudemos com o Hosana, o Filho de Davi, bendito o que nos vem em nome do Senhor; Jesus rei pobre de Israel Hosana nas alturas!

Jesus entra em Jerusalém, onde completará o caminho que Ele iniciou em Lucas 9 de subida a Jerusalém, através da Paixão, Morte e Ressurreição. A Entrada Messiânica, montado num jumentinho, evoca a expectativa do povo nas cerimônias de investidura de um novo rei, como nos diz Zacarias (Zc9,9):”Eis que teu vem a ti: Ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumentinho, filho de uma jumenta”. Jesus revela o messianismo a serviço da vida não triunfalista. Ele é aclamado como rei ainda que não da forma como eram ovacionados os reis da época, ostentando pompa e arrogância. Ele é o Messias enviado por Deus para trazer o dom da Paz como plenitude de Salvação. O relato da Paixão começa em torno da mesa para a ceia pascal, sinalizado que Jesus é exemplo de serviço e doação total: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (conf.Lc22, 26-27). Sua entrega consciente e livre é consequência de sua fidelidade ao Plano salvífico. Jesus ingressa no centro político, militar e religioso de Israel despojado, como o rei humilde e pacífico; de modo contrário ao poder apresentado pelo Império romano que dominava aquela região da Palestina.

Na hora da Paixão, Jesus permanece em comunhão com o Pai “seja feita a Tua vontade” (conf.Mt6,10). Os discípulos dormem, pois precisarão da força da Ressurreição do Senhor para compreender e seguir o Caminho da Cruz. A Palavra do mestre os anima a levantar e orar continuamente para evitar a tentação e enfrentar os desafios da missão. Jesus é modelo de Homem justo, rejeitado e condenado por oferecer a compaixão e a misericórdia divina até o fim. A morte na cruz expressa sua entrega plena por amor. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (conf. Sl30; Lucas 23, 33-48; Lucas 23,46); torna-se sinal de salvação que leva à conversão.

Na primeira leitura, o Servo Senhor com a língua e os ouvidos de discípulo, fortalece a fé a esperança do povo exilado na Babilônia, ele sofre injustamente por causa da fidelidade, sendo sustentado diante dos opressores. O Senhor Deus é meu aliado, por isso jamais ficarei derrotado (conf. Is50, 7.). O Salmo 22 manifesta a confiança no Deus que salva e prefigura o sofrimento de Cristo. Na segunda leitura, o Hino cristológico da Carta de Paulo aos Filipenses, mostra que o filho de Deus se tornou servo obediente, se “esvaziou” de todo poder e pompa para cumprir a vontade do Pai até a morte na cruz. Por isso podemos dizer que é Senhor (kyrios – em grego). O cristão deve ter como exemplo Jesus Cristo, servo sofredor e humilde, que fez de sua vida um dom-serviço para todos. Que segue este exemplo, faz da sua vida serviço, não ficará esquecido na vala da morte pelo Pai. Esse caminho de aniquilamento de si nos levará à vida plena: “Embora de condição divina, Cristo não se apegou ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo” (Fl2, 6-11).

Este Domingo abre a Semana Santa e nos convida a seguir o caminho de Jesus que entra em Jerusalém, onde sofrerá a paixão e a morte pela nossa salvação. Jesus-servo, nos ensina a confiar na Palavra do Senhor para termos êxito na missão profética. Acolher a Jesus é acolher o seu projeto. Por isso, para nós hoje, os ramos abençoados se transformam em sinais de compromisso com os crucificados da sociedade de nossa época. Em contrapartida, os poderosos preocupam-se e agitam-se. O relato da Paixão é um convite a entrarmos na Semana Santa, preparando o coração para comemorar a Páscoa. Esta se constitui num chamado à vida nova que implica amor incondicional a Deus, uma entrega nos moldes de Jesus ao próximo e um cuidado fraterno com a Criação. Conforme rezamos na Oração eucarística: “E, a fim de vivermos não para nós, mas para ele, que por nós morreu e ressuscitou, enviou de vós, ó Pai, o Espírito Santo, como primeiro dom aos vossos fiéis, para santificar todas as coisas, levando à plenitude a sua obra.” (Oração Eucarística IV).

Celebrar a Paixão e Morte de Jesus é deixar-se maravilhar na contemplação de um Deus a quem o amor-doação O tornou frágil. Por amor veio ao encontro e assumiu a condição humana, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu as investidas do tentador, temeu a morte, suou sangue antes de aceitar o projeto do Pai, mas, mesmo incompreendido e abandonado, continuou amando. Desse amor brotou a vida em plenitude. Vida que Ele quis repartir com a humanidade até o fim dos tempos. Contemplar a cruz onde se revela o amor e a entrega do filho de Deus significa assumir a mesma atitude e solidarizar-se com aqueles que são crucificados nos dias atuais. Sobretudo os jovens que sofrem violência, que são explorados e excluídos; significa denunciar as causas geradoras de ódio, da injustiça e do medo. Significa assumir a atitude de Jesus pela não violência, gerar novas relações de vida a partir da dinâmica do amor que conduz à ressurreição.

A todos uma boa Semana Santa.

Pe. Victor Silva Almeida Filho, vigário paroquial.

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