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Completar o que foi começado

Artigo Pe. Victor - Correio Popular 01/04/14

1/04/2014

Em 1965 com o término do Concílio Vaticano II, ficaram abertas diversas possibilidades de a Igreja espalhada pelo Mundo aos poucos ir assimilando e implantando as propostas conciliares de acordo com cada realidade em que ela estava inserida. O Papa Paulo VI deu tal incumbência às Conferências Episcopais de pensar e implantar o Concílio a partir de cada realidade inserida. Olhando o horizonte em que estamos é inevitável pensar o que ainda precisaria ser feito para ao menos completar a tarefa iniciada pelo Concílio.

Nesse sentido, o Papa Francisco tenta um enraizamento da Igreja na volta às fontes primitivas. No Espírito do Concílio Vaticano II Francisco tenta fazer com que a Igreja esteja ao alcance de todos. Tenta quebrar a distância existente entre Igreja e Mundo. Fala de uma Igreja que vá às periferias existenciais. Uma Igreja menos sacristia e mais povo. Inclusive essa era uma das propostas lapidares deste Concílio. Em seu discurso de abertura, o então Papa João XXIII queria mostrar uma Igreja “mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade também com os filhos dela separados”.

Com isso, Francisco fala nas entrelinhas, que o referencial teórico da Igreja não pode ser apenas a Filosofia, a Teologia ou a Liturgia, mas uma Antropologia que leve em consideração os diversos aspectos sociais, só assim a Igreja estará ao alcance de todos.

Para completar o que foi iniciado pelo Concílio é inevitável pensar as questões de ordem moral: Matrimônio e os assuntos de ordem sexual, questões candentes de nosso tempo. Precisamos estudar e conviver com essa nova realidade a partir do Concílio numa ação que se preserva a dignidade da Pessoa.

No quesito Ecumenismo os especialistas no assunto sempre vem sugerindo propostas, mas alguns mais temerosos se amedrontam com esse avanço. É necessário olhar a comunhão ao longe, mas é preciso colocar no hoje as diversas situações de comunhão.

A palavra “aggiornamento” inserida no espírito do Concílio significa, aproximadamente, atualização. A Teologia não deve ter respostas para tudo. Ela é mais uma ciência entre as muitas possibilidades, às vezes vista com descrença por tantos outros saberes. Na contemporaneidade marcada pela inter-disciplinaridade não podemos levar respostas prontas para questões a serem discutidas com as diversas ciências modernas.

Portanto, completar a tarefa iniciada pelo Concílio será sempre um trabalho árduo e novo. Uma das características da Pós-modernidade é a autonomia da mulher, a liberdade das pesquisas acadêmicas, a preocupação com o planeta sem descuidar dos Pobres, a transitoriedade de sentido tanto no nível micro como no macro. Assim, sempre será um novo começo sem respostas prontas e acabadas, mas estas se darão a partir das dúvidas, questões e no confronto das opiniões.

     Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

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