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A Lanterna de Diógenes | Pe. Victor

Diógenes (413-323 a.C.), filósofo grego da Antiguidade,andava com uma lanterna acesa em pleno dia na principal praça de Atenas. Muitas pessoas abanavam a cabeça, pensando que Diógenes enlouquecera. Alguns mais afoitos perguntaram-lhe o que fazia àquela hora do dia com a lanterna acesa. Diógenes respondeu-lhes que andava à procura de um Homem. Isso porque a […]

11/09/2012

Diógenes (413-323 a.C.), filósofo grego da Antiguidade,andava com uma lanterna acesa em pleno dia na principal praça de Atenas. Muitas pessoas abanavam a cabeça, pensando que Diógenes enlouquecera. Alguns mais afoitos perguntaram-lhe o que fazia àquela hora do dia com a lanterna acesa. Diógenes respondeu-lhes que andava à procura de um Homem. Isso porque a sociedade ateniense perdera tantos de seus valores que Diógenes tinha dificuldades em encontrar um Homem no sentido pleno da palavra.

Com a proximidade de mais um pleito eleitoral a atitude de Diógenes continua atual. E certamente as dificuldades também seriam muitas para encontrar os homens de que o nosso tempo precisa. Quem reúne competência; além disso, valores e virtudes para ocupar o cargo executivo de nossa cidade?

Tornou-se tão corriqueiro ouvir a todo instante escândalos envolvendo políticos que muitos já perderam a confiança nos homens públicos. Neste tempo de eleições eles se apresentam com sorrisos fáceis e mãos estendidas, ávidas por se “contaminar na sujeira” do povo.

Tenhamos cuidado com os forasteiros. Já fomos surpreendidos por esses estranhos que olham vorazes o Palácio dos Jequitibás e já armam planos, como se fossem dividir um prêmio recebido entre seus comparsas. Não acredito mais em slogans do tipo: “primeiro os que mais precisam” ou coisa do gênero.

Acredito em nossa capacidade e inteligência em descobrir os reais interesses que se escondem atrás de discursos fáceis e populistas. É bom lembrarmos que nós votamos, mas a maioria dos candidatos se compromete de fato, não com os anseios dos eleitores, mas com os interesses econômicos das grandes empreiteiras, empresas e outras industrias que são as principais fontes financiadoras de suas gordas campanhas.

Fiquemos atentos em nossas escolhas, pois esses candidatos já estão cooptados pelos interesses daqueles que os patrocinam. Ou seja, quem patrocina acaba por dar ordens segundo o seu interesse. É o “tutor” do candidato.

Não podemos ser colocados depois dos diversos interesses de quem é “pai” nas muitas campanhas que circulam atualmente. Nessas eleições procuremos como Diógenes um Homem que tenha capacidade de olhar a cidade em sua amplitude, ambiguidade e deficiências; que seja alguém com visão de futuro. Que olhe Campinas como uma cidade de vanguarda, a Princesa D’Oeste; cidade que já foi vista com tanta esperança pelo Brasil.

 

Pe. Victor Silva Almeida Filho

Vigário paroquial da Paróquia Divino Salvador

PARÓQUIA DIVINO SALVADOR CAMPINAS | TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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