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A imagem de Jesus hoje

Artigo Pe. Victor- C. Popular 17/12/13

17/12/2013

Existem muitas imagens de Cristo. Algumas falsas, outras errôneas, outras deformadas ou adaptadas a nossos interesses, outras antievangélicas ou, ao menos, à margem do Evangelho. Outras, obviamente, ajudam a nos aproximar da pessoa de Jesus de Nazaré. Mas todas são incompletas, porque nenhuma imagem pode conter tudo o que Jesus foi e o que Cristo é.

A imagem se submete à cultura na qual está inserida. Sua produção é expressão de um modelo humano e social inseridos num tempo. O rosto de Jesus hoje está amarrado a diversos seguimentos da Indústria cultural, vai deixando a cada dia de ser um projeto de seguimento e missionariedade. Jesus se torna cada dia refém de interesses da sociedade da imagem, que visa o acúmulo de capital, glamour e aparência.

A imagem que os Evangelhos nos trazem de Jesus é clara. Ele nunca foi rei, não subiu ao trono de Davi, não restaurou a monarquia de Israel, não tomou o poder, nunca comandou um exército, não usou coroa, nem jamais pretendeu fazê-lo. Muito pelo contrário, segundo o teólogo Dominic Crossan, Jesus entra em  Jerusalém montado sobre um jumentinho (conf. Lc 19, 35. Mt 21, 6-8) símbolo do serviço e da doação; esta entrada é extremamente simbólica e faz uma tremenda crítica ao Império romano, dessa forma mostra que seu reino não traz as marcas da força, do poder e do domínio deste império. Sua pregação é altamente revolucionária em relação àquele grupo.

Jesus utilizando este meio transporte, além de cumprir as profecias, (conf.: Zc9, 9) diz que seu Reino não precisa ser imposto pela força usando um cavalo, que era considerado um instrumento de guerra e poder. A eficácia de seu Reino observa outros critérios. Jesus quer ser amado não por medo, nem por coação, nem por conveniência, mas simplesmente por liberdade.

A imagem de Deus presente nos Evangelhos é surpreendente. O Menino recebe a visita de pastores, gente que socialmente era insignificante na sociedade judaica de então. Guardavam animais nos campos. As primeiras pessoas a visitar o Menino-Deus, são os Pobres, os insignificantes, os esquecidos de Israel. Jesus nasce como migrante, numa terra distante, na verdade insignificante, de Israel. Não nasce em Jerusalém, centro político, militar e religioso da Palestina. Embora sendo ele de condição divina não se apegou a ela, mas se esvaziou a si mesmo, assumindo a condição humana, a condição de servo, e achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de Cruz! (Fl 2, 6-11).

A condenação que a Sagrada Escritura faz para não cultuarmos imagens acredito que vai nesse sentido. Não podemos adorar essa imagem que mentalmente construímos de Deus. Permanecer com uma imagem cristalizada de Deus é cultuar um ídolo em nossa vida. A imagem de Deus em nossa mente nunca poderá ser pronta e acabada. Deus é sempre novo, sempre belo. A imagem de Deus é sempre inefável e imperfeita em nossa mente.

Hoje a imagem de Jesus se aproxima do show-business, porém se distancia drasticamente da expressão de Jesus presente nos Evangelhos, que acolhia a pessoa do marginalizado, do rotulado, do menosprezado: pastores, mulheres, viúvas, publicanos, prostitutas, samaritanos, leprosos… Celebrar a imagem de Jesus em mais um Natal é celebrar a encarnação de Deus que nasceu pobre numa estrebaria, que viveu pobre na Galiléia e que morreu pobre e sozinho numa cruz em Jerusalém.

A todos um Feliz Natal com muita Paz!

     Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial

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