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A Cruz e as cruzes

“Então eles tomaram a Jesus. E Ele saiu carregando sua cruz. Tendo chegado ao Calvário o crucificaram” (Jo 19,17)

29/03/2013

 “Então eles tomaram a Jesus. E Ele saiu carregando sua cruz. Tendo chegado ao Calvário o crucificaram”  (Jo 19,17)

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A sexta feira santa envolve-nos no misterioso silêncio de Deus ao lamento de seu divino Filho: Ó Deus meu, ó Deus meu! Por que me abandonaste? (Mc 15,34). E ao mesmo tempo na sua entrega confiante e filial: “Pai, em tuas mãos confio o meu espírito!” E expirou (Lc 29,46)

Desde então a cruz tornou-se objeto de veneração e de benção por parte dos cristãos. Olhamos para o lenho da cruz e contemplamos nele, o bendito fruto de nossa salvação. Por isso se canta na celebração litúrgica: Eis o lenho da cruz do qual pendeu a salvação do mundo!

Assim a cruz passou a ser um sinal, não de morte, mas de vida! Não um sinal de luto, mas de esperança! Como escreve J. A. Pagola: “É difícil imaginar um símbolo mais carregado de esperança que essa cruz plantada pelos cristãos em toda parte: ‘memória’ comovente de um Deus crucificado e lembrança permanente de sua identificação com todos os inocentes que sofrem de maneira injusta em nosso mundo”.

Todavia, na sexta feira santa somos convidados a ampliar o horizonte de nosso olhar para ver as cruzes espalhadas pelas estradas da vida do povo. Não precisamos ir muito longe, nem voltar muito no tempo… São tantos os rostos que nos interpelam: as pessoas em situação de rua; os migrantes (deslocados e refugiados, não raro em situação de escravidão); os enfermos, em suas casas, nos hospitais e também nas dolorosas filas de espera… as pessoas dependentes de drogas (esta mancha de óleo que invade tudo); os prisioneiros e as vítimas cotidianos de todo tipo de violência, especialmente os jovens! Ainda repercute forte a tragédia de Santa Maria que golpeou fatalmente tantos jovens! Nestes dias, mais uma vez lamentamos as vítimas da região serrana de Petrópolis e assim vai.

No rosto de Jesus de Nazaré contemplamos o rosto sofrido e humilhado de tantos irmãos e irmãs caídos à beira do caminho e excluídos da convivência cidadã, sem jamais, contudo perderem a dignidade humana e a vocação a uma vida plena e feliz.

À sombra da Cruz do Calvário, todas as cruzes plantadas no chão de nossas vidas ganham grandeza e sentido, não por si mesmas, mas pela Cruz gloriosa do Divino Salvador. “Pelo poder radiante da Cruz, vemos com clareza o julgamento do mundo e a vitória de Jesus crucificado”.

Pe. José Arlindo de Nadai
Paróquia Divino Salvador

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