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A corrupção nossa de cada dia

Artigo Pe. Victor- C. Popular 08/10/13

8/10/2013

Temos acompanhado com muita alegria o despertar dos inúmeros movimentos de origem popular, clamando por mudanças em nosso país. Tudo isso demonstra o despertar da consciência política que todos os cidadãos deveriam ter. O sentido primitivo de Política tem a ver com Polis, cidade em grego arcaico. Ou seja, todos os habitantes da Polis devem ser responsáveis pelos seus bons andamentos.

Mas, olhando com mais profundidade, todas essas reivindicações não se justificam se cada indivíduo não contribuir para que uma mudança de fato se consolide em toda a sociedade. Vou tentar explicar com mais clareza tudo isso.

Muitos são os que reclamam da situação política brasileira, mas que contribuem pouco ou nada para uma mudança de sentido em toda sociedade. Talvez os que mais reclamam por mudanças são os que mais infligem as normas. É comum vermos:

Avanço no sinal vermelho, desrespeito à faixa de pedestres, parar em fila dupla em vias públicas, atender o celular ou digitar mensagens SMS enquanto dirige, ocupar vagas destinadas a pessoas com deficiência ou idosos, trafegar no acostamento enquanto as vias estão congestionadas. Esses são apenas alguns detalhes no quesito trânsito.

Você não pode pedir a mudança de comportamento de nossos representantes se ainda coloca um amigo na fila do caixa – que está grande – no mercado enquanto faz suas compras e depois chega cortando a frente de todos os que estão esperando pacienciosamente com suas compras. Não pode pedir uma revolução dos valores se faz o famoso “gato” para roubar TV a cabo; se compra produtos falsificados; se aceita ou dá troco errado. Não pode exigir uma metamorfose radical das consciências dos cidadãos, se no trabalho bate ponto para o colega que chegou atrasado ou quando chega do exterior nunca diz a verdade ao fiscal aduaneiro sobre sua bagagem; se fica com algum objeto perdido e não devolve ao seu verdadeiro dono.

Não acontecerá milagre nenhum se a mudança não acontecer a partir de nós mesmos. O gigante a ser acordado não está fora de nós, mas dentro de cada indivíduo. Não acontecerá mudança em nível macro se antes não acontecer no nível micro. Enquanto deixarmos o jeitinho brasileiro vigorar ou mesmo a Lei de Gerson, levar vantagem em tudo, não podemos reclamar por melhorias.

O que temos visto nas altas esferas representativas de poder é apenas reflexo do que temos visto no corriqueiro do nosso dia a dia. Enquanto não houver uma mudança de consciência em cada um não podemos reclamar do que temos vivido em sociedade. Políticos corruptos são apenas reflexo do tipo de cultura à qual estamos inseridos.

     Pe. Victor Silva Almeida Filho – vigário paroquial 

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